Crítica Escracho ! 'Moana' | 2016

Por Vinícius Martins @cinemarcante

A Disney tá seguindo uma vibe meio complicada. Tem extremos intensos, que usam artifícios de linguagem para propagar umas mensagens meio questionáveis e parece, por vezes, que o público alvo é uma fachada. Puta que pariu, 'Zootopia' é recheado de piadas adultas (de putaria mesmo) e ninguém parece notar! E nessa mesma onda (ba-dum-tisss) surgiu 'Moana', que conta a história de uma novinha bronzeada, 1,60m, com cabelos ondulados e bastante curiosa, que foge de casa para encontrar um deus musculoso em uma ilha deserta (não, não é uma sinopse de pornô, é de um filme da Disney).

'Moana' é tão zoado quanto 'Frozen', e tem umas porras de umas musiquinhas enjoadas pra caralho (saudades do Alan Menken) que grudam no cérebro mais do que chiclete mascado no cabelo. A merda começa a acontecer quando a avó da Moana morre e a delinquente juvenil começa a pagar de nóia, falando sozinha, catando umas paradas escondidas, saindo na surdina e se apegando com a pedra. O bagulho é tão doido que o mar até fala com ela, de tão forte que é a brisa. Aí ela leva um frango pro meio do oceano (dizem que foi sem querer, mas aposto que foi de propósito pra ela dar uma aliviada quando batesse a larica) e vai atrás de um bombado que vira águia (cujo dublador é conhecido como 'A Pedra'. Coincidência?). Dá ruim, óbvio, e ela quase morre umas 5 vezes depois disso: é deixada pra trás na caralha da ilha, sobe um puto dum barranco enorme, se joga num buraco que infelizmente não era uma cova, quase vira comida do Sebastião gigante, é atacada por uns cocos assassinos tribalistas (tinha um lá que era a cara do Carlinhos Brown), e ainda enfrenta um satanás de oitenta metros.

O foda dessa droga é que a rapariga desobedece os pais, se arrisca sozinha no oceano, conversa com a avó morta e invade propriedades privadas, mas tudo bem criança assistir, zero chance de dar problema se virarem uns putos adolescentes respondões, ou tiverem 5 anos e forem pro fundo sozinhas na praia, ou verem uma assombração, ou entrarem para o MST. Não tem problema nenhum, já que no fim o capeta vira a Rihanna e todo mundo canta uma música fofa que poderia ser muito bem o CD da Xuxa tocando ao contrário.

Porra dona Disney, sério isso? Se quer fazer um filme sobre a cultura havaiana faz mais 'Lilo e Stitch' caralho, não mete música em tudo o tempo todo não, birosca. Essa coisa toda já me encheu o saco. Faz filme direito e para de pensar em vender lancheira, o que vier depois é lucro. 

Falow, é nóis!