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PiTacO do PapO - O Segredo de Davi | 2018

NOTA 6.5

Por Rafael Yonamine @cinemacrica


Destaco o ímpeto nacional em experimentar gêneros negligenciados. Em 2018 tivemos investidas relevantes no suspense ('Animal Cordial'), Terror-Fantasia ('As Boas Maneiras') e Aventura HQ ('O Doutrinador'). 'O Segredo de Davi' permeia principalmente o suspense e, apesar de não ser uma obra-prima, ajuda a exercitar essa musculatura flácida. O longa coloca em foco um jovem serial killer que está inserido no mundo digital. Além de ter o hábito de filmar seus delitos, é hábil em burlar brechas tecnológicas para executar seus planos.


Deve-se reconhecer que não é um suspense óbvio, o filme proporciona um conceito original. Poderia até redefini-lo como um suspense que adiciona elementos metafísicos que contribuem para o desfecho. Entretanto, a verdade é que falta força naquilo em que o suspense deveria ter mais pujança: criar tensão. 

Ao ler a sinopse, estava certo de que me depararia com sequências que me deixariam apreensivo. Há um descompasso entre o esforço do corpo técnico em construir uma atmosfera de tensão e o que a história de fato entrega. Mesmo não sendo inovadores, os recursos cinematográficos do gênero estão presentes. Mas é extremamente difícil estabelecer um eixo robusto de stress. Infelizmente estamos diante de uma sucessão de assassinatos e encadeamento de recortes que não intimidam. O fato de o protagonista filmar as mortes e disponibilizar na rede em nada eleva a obra.

Se o desenrolar dos assassinatos não empolga tanto, a motivação, apesar de quebrar a mediocridade absoluta e propor algo novo, não salva o todo. Muito em função da sua própria execução: esse é o tipo de filme que acumula subsídios desconexos ao longo da narrativa para fazer esse grande fechamento. Mas, como dito, o corpo intermediário, mesmo que misterioso, não pode se abster da função de ser interessante. E, o desfecho, não represa  nosso fluxo de expectativas.

O conceito não é ruim, mas fica a percepção de que seria melhor aproveitado nas mãos de um diretor mais habilidoso.

Vale Ver Mas Nem Tanto! 




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