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PiTacO do PapO - 'Torre - Um Dia Brilhante' | 2018

NOTA 5.0

Por Rafael Yonamine @cinemacrica


Com poucos minutos de filme a diretora Jagoda Szelc deixa claro que o suspense se fará presente: filmagem aérea do carro solitariamente atravessando uma floresta, ruídos hostis, tensão no olhar de uma das passageiras. Esses foram os elementos que precederam o reencontro das irmãs Kaja e Mula. O motivo da introdução áspera centra-se no conflito da maternidade da pequena Nina. Kaja, mãe biológica, afastou-se da família por 6 anos e então retorna para a celebração da primeira comunhão da filha. Mula, sua irmã e mãe da garota na prática, não poupa rispidez no primeiro contato após anos e alerta a irmã para não contar a verdade e sequer ficar a sós com a filha. Dado o cartão de visita, não sobra outro caminho para o espectador a não ser buscar elementos que expliquem a ausência e repentino retorno da mãe biológica.



O filme leva tempo para pegar tração. Abre-se diversas possibilidade que com algum esforço tentamos conciliar numa resolução. O possível ponto alto da obra ocorre próximo ao fim. Por aproximadamente 10 minutos a diretora consegue encadear de forma progressivamente poderosa um drama familiar, suspense criminoso, chegando a flertar com o terror. Mas esse é um lampejo em meio a uma problemática estrutural de falta de embasamento para esse clímax e deficiência na solução proposta.

É impressionante a variedade de elementos pontuados ao longo da narrativa: vozes imaginárias, vozes que vêm de dentro das paredes, o cachorro que desaparece, o mesmo cachorro cava insistentemente num ponto do jardim, um turista árabe perdido na floresta, entre muitos outros. A resolução do suspense inicial não amarra todas as pontas oferecidas, sendo extremamente sutil em alguns casos como o envolvimento do padre da paróquia da cidade no mistério.

Em filmes de suspense, a discrição, se bem usada, é um recurso elegante. Portanto, a dosagem deve ser precisa: nem ser grosseiramente explícito, nem exageradamente alheio à inteligibilidade.


Nem Vale Ver !






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