PiTacO do PapO - 'Assunto de Família' | 2018
NOTA 8.5
Por Rogério Machado
O cineasta Hirokazu Kore-eda (dos ótimos 'Pais e Filhos'- 2013 e 'Depois da Tempestade' - 2016) é um dos mais atuantes e relevantes hoje em seu país. De uns anos para cá, os olhares do público se voltaram de uma maneira mais atenciosa para o cinema japonês muito por conta de seus trabalhos, muito impregnados de verdade, com tramas com pessoas comuns vivendo dilemas que poderiam acontecer com qualquer um - quase sempre envolvendo um drama familiar que conectam o público com seus personagens, pra mim, sempre um dos pontos fortes nas obras do diretor.
Depois de uma de suas sessões de furtos, Osamu (Lily Franky) e seu filho se deparam com uma garotinha, a doce Yuri. A princípio eles relutam em abrigar a menina, mas a esposa de Osamu concorda em cuidar dela depois de saber das dificuldades que a pequena enfrenta em sua casa. Embora a família seja pobre e ganhem muito pouco dinheiro (dos pequenos crimes que cometem), eles parecem viver felizes juntos, até que um incidente revela segredos escondidos, testando os laços que os unem.
É interessante notar como cada personagem se apresenta para a audiência e como as transgressões desses personagens não afetam a empatia inicial que gera no espectador: O homem da família, Osamo, é quem orquestra os pequenos delitos para que Yuri e Shota o auxiliem no orçamento de casa - seriam as vendas desses roubos que proporcionariam isso. Nobuyo, a esposa de Osamu, trabalha em uma fábrica e lá também comete furtos, mas é demitida por conta da crise. A irmã de Nobuyo, Kie Muyabe, ganha a vida dançando em um peep show (aquelas cabines em que as mulheres tiram a roupa) e por último, a vovô e matriarca, Hatsue Shibata (a veterana atriz Kirin Kiki), que é aposentada e a principal fonte de renda da casa, mas compactua com o que é feito uma vez que também não se posiciona sobre o que acontece dentro de casa.
Porém, o que diferencia esses doces personagens de violões malfeitores, é a humanidade que Kore-eda imprime em cada um deles. Seja pelo carinho entre os membros da 'clã', por assim dizer, ou das sequências em que cada um deles são vistos individualmente. É mais interessante perceber que, essa atraente dicotomia construída durante os 120 min de projeção, não se desfaz mesmo com o surpreendente final, onde nossos conceitos não são quebrados nem com as revelações que se desenrolam a despeito do casal da família Shibata.
O cineasta Hirokazu Kore-eda (dos ótimos 'Pais e Filhos'- 2013 e 'Depois da Tempestade' - 2016) é um dos mais atuantes e relevantes hoje em seu país. De uns anos para cá, os olhares do público se voltaram de uma maneira mais atenciosa para o cinema japonês muito por conta de seus trabalhos, muito impregnados de verdade, com tramas com pessoas comuns vivendo dilemas que poderiam acontecer com qualquer um - quase sempre envolvendo um drama familiar que conectam o público com seus personagens, pra mim, sempre um dos pontos fortes nas obras do diretor.
Depois de uma de suas sessões de furtos, Osamu (Lily Franky) e seu filho se deparam com uma garotinha, a doce Yuri. A princípio eles relutam em abrigar a menina, mas a esposa de Osamu concorda em cuidar dela depois de saber das dificuldades que a pequena enfrenta em sua casa. Embora a família seja pobre e ganhem muito pouco dinheiro (dos pequenos crimes que cometem), eles parecem viver felizes juntos, até que um incidente revela segredos escondidos, testando os laços que os unem.
É interessante notar como cada personagem se apresenta para a audiência e como as transgressões desses personagens não afetam a empatia inicial que gera no espectador: O homem da família, Osamo, é quem orquestra os pequenos delitos para que Yuri e Shota o auxiliem no orçamento de casa - seriam as vendas desses roubos que proporcionariam isso. Nobuyo, a esposa de Osamu, trabalha em uma fábrica e lá também comete furtos, mas é demitida por conta da crise. A irmã de Nobuyo, Kie Muyabe, ganha a vida dançando em um peep show (aquelas cabines em que as mulheres tiram a roupa) e por último, a vovô e matriarca, Hatsue Shibata (a veterana atriz Kirin Kiki), que é aposentada e a principal fonte de renda da casa, mas compactua com o que é feito uma vez que também não se posiciona sobre o que acontece dentro de casa.
Porém, o que diferencia esses doces personagens de violões malfeitores, é a humanidade que Kore-eda imprime em cada um deles. Seja pelo carinho entre os membros da 'clã', por assim dizer, ou das sequências em que cada um deles são vistos individualmente. É mais interessante perceber que, essa atraente dicotomia construída durante os 120 min de projeção, não se desfaz mesmo com o surpreendente final, onde nossos conceitos não são quebrados nem com as revelações que se desenrolam a despeito do casal da família Shibata.
Vale Ver !
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