PiTacO do PapO - 'Chacrinha: O Velho Guerreiro' | 2018
NOTA 5.0
Por Rafael Yonamine @cinemacrica
Familiar para alguns, alheio para outros,'Chacrinha: O Velho Guerreiro' retrata, sobretudo, a ascensão profissional de José Abelardo Barbosa de Medeiros, o Chacrinha. Dentre os espectros possÃveis de uma cinebiografia, a opção foi percorrer os primeiros momentos do apresentador no RJ até os últimos momentos da carreira.
Por percorrer muitos anos, o diretor Andrucha Waddington usou dois atores para representar Chacrinha. A juventude ficou por conta de Edu Sterblitch e a maturidade com Stepan Nercessian. Esse último, contudo, polarizou os pontos altos do filme, principalmente a atuação. Não era profundo conhecedor da vida do artista, mas Stepan conseguiu transmitir a essência daquilo que fazia Chacrinha único: a espontaneidade. Essa caracterÃstica multifacetada no filme entre drama e humor de forma competente. Mas, o ator esbarra em limitações maiores como um roteiro bastante problemático.
Representar décadas da vida profissional de um artista notável é um desafio. Adicionar a isso dramas pessoais com qualidade é uma tarefa para poucos. Acho a proposta do foco no trabalho uma escolha válida, como foi o caso. Mas nesse filme, a fórmula do apresentador espontâneo buscando seu habitat nos veÃculos de comunicação conservadores é repetitiva. Quando o diretor opta por inserir elementos de dramas familiares, não há profundidade por falta de espaço no roteiro. O episódio que melhor ilustra isso é o conflito materno: mal construÃdo, mal desenvolvido e com um desfecho pobre. Se a opção foi focar no drama profissional, que tivesse sido feito numa crescente enriquecedora, não numa reta monótona.
Se nos filmes de época você também repara em cada cm² para avaliar a fidedignidade da época, se segure na cena que se passa num cinema. Só faltou aparecer um óculos 3D em 1950. Falando de cenografia, as internas rodadas na rádios carecem de riqueza. É um “Bingo” que não deu certo. Não recomendo.
Nem Vale Ver !
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