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PiTacO do PapO - 'Bohemian Rhapsody' | 2018 - Crítica 2

NOTA 6.0 

Por Rafael Yonamine @cinemacrica



A essa altura já assimilamos que 'Bohemian Rhapsody' aborda a história da lendária banda Queen. O filme, na verdade, vai um passo além e coloca a lente sobre seu icônico vocalista, Freddie Mercury. O período contemplado vai de momentos antes do ingresso na banda, que na época era completamente amadora, até o seu amadurecimento e auge.


O ponto de partida para uma produção com a ambição de 'Bohemian Rhapsody' cogitar algum êxito, é o acerto na escolha do protagonista que representará um ícone tão singular. Isso foi bem coberto e Rami Malek está muito bem no papel. Diria que é o ponto alto. O ator de fato incorpora o personagem e mostra talento em reproduzir os trejeitos de Mercury no palco e representá-lo na vida pessoal. Para os fãs ansiosos, também devo dizer que, como filme inserido no contexto musical, 'Bohemian Rhapsody' entrega uma boa carga sonora e deve satisfazer os que buscam esse conteúdo.Mas, os méritos ficam por aqui. Em suma, o filme é uma colcha de retalhos incongruentes e superficiais. Por vezes o diretor arranha esferas relevantes da vida pessoal de Mercury, mas nem se aprofunda, nem as costura de forma harmoniosa para construir algo relevante ao seu final. 

A superficialidade exemplifico com a relação familiar. Adiciona pouquíssimo à obra. É pobre na abordagem e na captura dos elementos peculiares de sua origem, diferenças culturais e potencial resistência ao estilo de vida do astro. É superficial porque ela simplesmente não se insere como elemento dramático na vida do protagonista. O mesmo se passa com a relação com um dos empresários e outros personagens.Também incomoda a falta de compromisso em tornar elementos chaves críveis ou minimamente fundamentados. O desenvolvimento da relação amorosa com Mary é extremamente mal construído. Não há meios que sustentem de forma convincente a transição da paixão inicial para a crise matrimonial calcada na carência e dúvida da orientação sexual de Mercury. As poucas cenas dessa relação são arremessadas e em dado momento nos deparamos com uma dona de casa em crise. Simples assim. Considerando que a banda também é uma família, o filme perdeu a oportunidade de explorar o convívio humano do grupo além dos estúdios e disputas artísticas. Não consigo deixar de fazer um paralelo com "Nasce Uma Estrela". Esse filme é muito mais preciso em abandonar estereótipos para focar no indivíduo. A relação amorosa aqui tem uma construção persuasiva lastreada em diálogos profundos e encadeamentos harmoniosos.

A sensação é a de assistir mais um enlatado norte-americano. Felizmente a tragédia não é completa por conta da atuação de Malek e da boa carga musical. Mas, devo dizer que se o objetivo é ouvir o Queen, seria mais prático colocar um DVD da banda.

Vale Ver, Mas Nem Tanto !


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