PiTacO do PapO - 'Memórias da Dor' | 2018
NOTA 7.5
Por Rogério Machado
Baseado no romance autobiográfico 'La Douleur', de Marguerite Duras, 'Memórias da Dor', que também integra os selecionados para o Festival do Rio 2018, é um relato comovente de uma mulher que se divide entre o ativismo e a uma certa passividade imposta pelo medo, ou mesmo por saber que, por ser mulher, não poderia ir muito além das barreiras levantadas por homens num evento majoritariamente formado por homens, onde mulheres são meras coadjuvantes.
O longa se passa em 1944, na França ocupada por nazistas, onde a jovem e talentosa escritora Marguerite Duras (Mélanie Thierry) atua como ativa integrante da resistência aos invasores, ao lado de seu marido Robert Antelme. Quando Robert é deportado pela Gestapo, a polícia política nazista, ela enfrenta uma batalha desesperada para reencontrá-lo. Começa uma aflitiva relação com Rabier, um colaborador dos nazistas, e corre riscos terríveis para salvar Robert, participando de um jogo de gato e rato em encontros imprevisíveis por toda Paris.
A perspectiva da guerra vista pelos olhos de uma mulher - e por sua vez escritora - ganha contornos suaves, mas com muito sofrimento e olhares marejados pelos quase 120 min de projeção. A câmera do diretor Emmanuel Finkiel é cirúrgica ao captar ações e se alinhar harmoniosamente com as narrações em off de Margarite, que é como se estivéssemos acompanhando pelas páginas de um livro. Tamanha sensibilidade é traduzida através de imagens bem cuidadas e bonitas. Aliás ,os detalhes técnicos, como os planos (abertos ou mesmo os closes), a direção de arte e a fotografia são o ponto alto do longa.
Por se tratar de uma história de espera e esperança, seria natural que em determinado momento o longa se repetisse (para retratar com veracidade a passagem do tempo talvez) e oscilasse no ritmo. Esse é portanto, o 'calcanhar de Aquiles' do filme, que é extenso e bem compassado. Contudo, há que se exaltar a performance grandiosa de Thierry que retém bem todas as nuances diversas da personagem, se dividindo entre a escritora que precisa se colocar como narradora da história, assim como a vítima do horror e da ansiedade imposta por essa espera sem fim.
A perspectiva da guerra vista pelos olhos de uma mulher - e por sua vez escritora - ganha contornos suaves, mas com muito sofrimento e olhares marejados pelos quase 120 min de projeção. A câmera do diretor Emmanuel Finkiel é cirúrgica ao captar ações e se alinhar harmoniosamente com as narrações em off de Margarite, que é como se estivéssemos acompanhando pelas páginas de um livro. Tamanha sensibilidade é traduzida através de imagens bem cuidadas e bonitas. Aliás ,os detalhes técnicos, como os planos (abertos ou mesmo os closes), a direção de arte e a fotografia são o ponto alto do longa.
Por se tratar de uma história de espera e esperança, seria natural que em determinado momento o longa se repetisse (para retratar com veracidade a passagem do tempo talvez) e oscilasse no ritmo. Esse é portanto, o 'calcanhar de Aquiles' do filme, que é extenso e bem compassado. Contudo, há que se exaltar a performance grandiosa de Thierry que retém bem todas as nuances diversas da personagem, se dividindo entre a escritora que precisa se colocar como narradora da história, assim como a vítima do horror e da ansiedade imposta por essa espera sem fim.
Vale Ver !
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