PiTacO do PapO - 'Se a Rua Beale Falasse' | 2018
NOTA 9.0
Por Rogério Machado
'Se a Rua Beale Falasse' é a primeira obra do diretor Barry Jenkins depois de 'Moonlight' (2016), vencedor do Oscar de melhor filme, em 2017. Ainda é cedo para afirmar, mas ao que parece, o diretor assumirá um discurso contra o preconceito e dará prioridade à histórias de resistência em seus projetos. Baseado na obra do escritor e ativista James Baldwin (destaque há pouco mais de 1 ano no documentário 'Eu Não Sou Seu Negro'-2017), o projeto, na essência, tem muito do trabalho anterior do cineasta, mas com tintas mais variadas que comprovam a capacidade de Jenkins em se reinventar dentro de um tema semelhante.
Ambientada no Harlem dos anos 70, o filme é a história de um amor atemporal e da força de uma famÃlia afro-americana contada por uma jovem de 19 anos. Tish (Kiki Layne) relembra vividamente a paixão, o respeito e a confiança que uniram ela ao artista plástico Alonzo Hunt (Stephan James), conhecido pelo apelido de Fonny. De amigos de infância, eles se tornaram um casal unido, já têm um bebê e estão noivos, mas seus planos são sabotados quando Fonny é preso por um crime que não cometeu.
Já vimos histórias muito parecidas, sobretudo envolvendo o preconceito da sociedade americana para com os negros, que por sua vez sofrem com a injustiça de um sistema falho que disfarça o preconceito o nomeando de 'cumprimento da ordem e da legalidade'. Mas o que torna 'Se a Rua Beale Falasse' um longa diferenciado, é a porção romance que em nenhum momento perde força ou se encaixa de forma truncada na narrativa que abraça o cinema de protesto. De um lado está Trish, uma jovem romântica, criada debaixo de muito amor com uma famÃlia compreensiva e respeitosa. Do outro está Fonny, fruto de uma famÃlia dividida pela intolerância religiosa e dono de um comportamento explosivo e instável. O casal se coloca no centro da trama e é alvo de toda sorte de situações constrangedoras tendo como razão de ser a discriminação.
No que tange aos aspectos técnicos, assim como em 'Moonlight', Jenkins usa a fotografia e a trilha sonora à seu favor para endossar a trama retratada. Ainda na abertura do filme, em uma cena noturna onde um guarda chuva vermelho abriga o casal, percebemos ao redor as paletas amareladas em um efeito dourado que fica impossÃvel não notar o esmero também com o visual. Já a trilha sonora , repleta de muito blues e jazz, completam a ambientação.
O romance-manifesto de Baldwin na feliz adaptação de Jenkins para o cinema é mais um destaque entre a seleção do Festival do Rio 2018.
Super Vale Ver !
Já vimos histórias muito parecidas, sobretudo envolvendo o preconceito da sociedade americana para com os negros, que por sua vez sofrem com a injustiça de um sistema falho que disfarça o preconceito o nomeando de 'cumprimento da ordem e da legalidade'. Mas o que torna 'Se a Rua Beale Falasse' um longa diferenciado, é a porção romance que em nenhum momento perde força ou se encaixa de forma truncada na narrativa que abraça o cinema de protesto. De um lado está Trish, uma jovem romântica, criada debaixo de muito amor com uma famÃlia compreensiva e respeitosa. Do outro está Fonny, fruto de uma famÃlia dividida pela intolerância religiosa e dono de um comportamento explosivo e instável. O casal se coloca no centro da trama e é alvo de toda sorte de situações constrangedoras tendo como razão de ser a discriminação.
No que tange aos aspectos técnicos, assim como em 'Moonlight', Jenkins usa a fotografia e a trilha sonora à seu favor para endossar a trama retratada. Ainda na abertura do filme, em uma cena noturna onde um guarda chuva vermelho abriga o casal, percebemos ao redor as paletas amareladas em um efeito dourado que fica impossÃvel não notar o esmero também com o visual. Já a trilha sonora , repleta de muito blues e jazz, completam a ambientação.
O romance-manifesto de Baldwin na feliz adaptação de Jenkins para o cinema é mais um destaque entre a seleção do Festival do Rio 2018.
Super Vale Ver !
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