Adsense Cabeçalho

PiTacO do PapO - 'Todas as Canções de Amor' | 2018

NOTA 7.0

Por Rafael Yonamine @cinemacrica 


Acompanhamos o desenrolar da vida conjugal de dois casais em diferentes épocas: um é nosso contemporâneo e o outro é dos anos 90. O que os une, além de morar no mesmo apartamento, é a coletânea de canções gravadas numa fita pela antiga moradora e descoberta pela nova. Mais do que entreter, esse repertório musical verbaliza o sentimento dos diferentes estágios do relacionamento de Daniel e Clarisse, o casal dos anos 90. A experiência passada serve de inspiração presente, a música percorre o tempo e sensibiliza principalmente Ana. Esse é, portanto, um filme carregado de musicalidade nostálgica já que a seleção tem um escopo temporal amplo.


“Todas as Canções de Amor” é o tipo de filme fácil de separar a forma do conteúdo. A opção da diretora Joana Mariani foi de trabalhar com um elenco enxuto e ambientações reduzidas em volume e variedade. Isso não é um problema, porque a forma escolhida é extremamente coesa com o conteúdo também extremamente objetivo: a análise da relação conjugal no seu íntimo. Não há malabarismos românticos, tramas complexas ou ruídos paralelos, o gênero Romance é tratado de forma pura e simples.

A proposta é nobre e corajosa. Mas, ao optar por esse caminho, os dilemas vividos pelos casais, necessariamente, precisam ser muito interessantes. O casal contemporâneo, ainda no estágio inicial da vida conjugal, não consegue imprimir elementos fortes. As discussões rodeiam banalidades cotidianas. O outro casal, entretanto, que já beira o término da relação, remói de forma poderosa dilemas mais espinhosos de um romance que mistura desilusão, ciúmes, desinteresse, atração carnal. A atuação de Luíza Mariani, que interpreta Clarisse, é excelente. Sobra competência em construir uma mulher vivida e com bagagem conjugal extensa.

No aspecto técnico, me incomodou o diretor de fotografia querer se fazer notado. Alguns exageros como o pôr do sol multicolorido, artificial e recorrente são desnecessários. O sombreado da parede com cobogó também cansa.

É um filme interessante que oferecerá uma obra romântica pura. Alguns dilemas são frívolos, mas alguns valem seu ingresso.


Vale Ver !


Nenhum comentário