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PiTacO do PapO - 'A Vida em Si' | 2018

NOTA 7.0

Por Rafael Yonamine @cinemacrica


A índole humana e as adversidades da vida são analisadas por meio do retrato de 3 gerações de uma família. A base da árvore genealógica é o âmago da narrativa e onde se investe mais energia. A partir dela, observamos as dores e delícias de dois casais bastante distintos: um reside em Nova Iorque e o outro no interior da Espanha. O filme se compõe dos paralelos entre ambos, sobretudo na figura masculina, resultando numa proposta de amarração que se estreita com a evolução das gerações.

“A Vida em Si” preenche com bom volume um espaço vago no gênero romance dramático. A escassez associada a falta de qualidade nesse tipo de proposta coloca-o próximo de “Nasce Uma Estrela”. Não está no mesmo nível, mas se destaca e é um dos principais nomes se considerarmos a oferta do segundo semestre.


A proposição do paralelismo em explorar estereótipos e a forma com que se assimila os dissabores da vida é interessante. Apesar de um desnível favorável à dupla de Nova Iorque, as duas tramas entregam boas construções de personagem e dilemas conjugais. O destaque fica com Will, interpretado por Oscar Isaac. Seguro, persuasivo, transparece com exatidão o objetivo do diretor Dan Fogelman: relativizar o maniqueísmo associado a concepções preconceituosas. Contudo, a mesma desenvoltura e profundidade não se replicou no casal espanhol. A complexidade Nova Iorquina cede lugar a um enlatado espanhol raso onde a figura do chefe de família é explorado sob a perspectiva do homem com a honra ferida. Felizmente, o maior tempo é investido no primeiro elo genealógico, após isso, o sucessores da família perdem vigor.

A obra recorre a algumas fórmulas dramáticas persistentes. São emolduramentos emotivos martelados e feitos para nos sensibilizar com um certo exagero, principalmente no desfecho. Ainda assim é um filme bem executado e vale ser visto, sobretudo, se o gênero agrada.


Vale Ver !


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