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PiTacO do PapO - 'O Segredo dos Kennedy' (Chappaquiddick) | 2018

NOTA 8.0

Por Rogério Machado


Existe tanto fascínio e mistério em torno da família Kennedy, que até hoje o nobre clã da política americana ainda continua rendendo filmes relevantes que exploram os bastidores sejam na política ou mesma na vida íntima de seus membros. 'Jackie' (2016), melhor roteiro em Veneza estrelado por Natalie Portman, é um famoso exemplo recente que corrobora essa afirmação. Agora é a hora de Ted Kennedy ser apresentado nas telas pelas mãos do diretor John Curran, ('O Despertar de Uma Paixão' - 2017), num caso que até hoje pulveriza polêmica. 


O filme narra o acontecido no dia 18 de julho de 1969, quando Ted Kennedy (Jason Clarke) realizou uma festa em sua casa na ilha Chappaquiddick, em Massachussets. Ao sair do local em seu carro, acompanhado de Mary Jo Kopechne (Kate Mara, de “Perdido em Marte”), ele se envolveu em um grave acidente que matou Mary Jo, afogada. Kennedy, que era o motorista, fugiu do local, sem ajudar a vítima e sem buscar ajuda.

'Chappaquiddick' , que chegou aos cinemas americanos em abril do ano passado e provavelmente deve chegar no Brasil direto no streaming, retrata a crise de consciência do possível novo candidato à presidente nas próximas eleições naquele trecho da política americana. As lentes de Curran, procuram humanizar a pessoa do novo herdeiro dos Kennedy na carreira pública enquanto dão também um tom de suspense policial à história. Mas, como não poderia deixar de ser, por se tratar de um filme sobre expoentes da política, as manobras para salvar a campanha no segundo ato começam a dar as cores que filmes com tramas políticas costumam ter. 

Dentre as várias teorias que tentam explicar o incidente, o filme abraça a principal, de que Ted Kennedy perdeu controle de seu automóvel – que caiu de uma ponte. Além de não reportar o caso para a polícia, o comportamento de Kennedy na época também levantou questões sobre seu comportamento – fato que impediu o político de concorrer à Casa Branca em 1972 e 1976. Curran merece destaque pela coragem de expor a sujeira e a tentativa de abafamento – lembrando os privilégios de Ted Kennedy carregados pelo cargo e pelo sobrenome.

Destaco aqui a presença forte de Clarke como protagonista (sempre ótimo em todo projeto em que se lança) e o roteiro , que em sua construção, não procura apontar quem está certo ou errado - levanta a polêmica (até hoje mal dissolvida) e deixa para o espectador tirar as próprias conclusões sobre o caso. 

Vale Ver !


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