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PiTacO do PapO - 'Sem Rastros' | 2018

NOTA 8.0

Por Rogério Machado


'Sem Rastros' passou pelo Festival de Sundance no ano passado sob elogios do público e da crítica. Por aqui, o longa sob a direção de Debra Granik ('Inverno da Alma' - 2011) também fez parte da seleção do Festival do Rio e da Mostra de Cinema de São Paulo. Sobretudo nessa trama em específico, o papel da direção foi de extrema importância pra que a história chegasse no público. O longa que tem o cameleônico e multifacetado Ben Foster como protagonista, encontra o equilíbrio entre a sensibilidade e a incompassividade ao apresentar uma história que poderia cair no campo mais do mesmo, mas não o faz. 


No drama conheceremos Will (Ben Foster) e sua filha adolescente, Tom (Thomasin McKenzie). Os dois viveram felizes e indetectados pelas autoridades durante anos em uma vasta reserva na fronteira de Portland, nos EUA. Após um encontro inesperado, eles são descobertos pela polícia local, retirados do acampamento e colocados sob a responsabilidade do serviço social. Will e Tom tentam retornar ao mundo selvagem enquanto são forçados a lidar com desejos conflitantes.

Essa história é aquele tipo de narrativa que vai crescendo frame a frame, e que as poucos vai dizendo a que veio como numa experiência quase que sensorial, muito embora o longa também se mostre direto em muitos momentos. Já com poucos minutos, os mais atentos poderão fazer facilmente conexão com 'Capitão Fantástico' , sucesso de 2011 estrelado por Viggo Mortensen em que ele vive em meio a natureza com seus seis filhos , provendo o alimento, ensinando de literatura a matemática, e logo depois é forçado a encarar a selvageria da cidade. 'Sem Rastros' soa como uma versão mais contida, cinzenta e crua de 'Capitão Fantástico', mas não menos interessante e enternecedor. 

O conceito de abrigo e mundo são questões discutidas em 'Sem Rastros',além da definição de liberdade: será mesmo que somos livres para fazer o que bem entendemos sem entrar em atrito com normas , leis ou regras dos homens? 

Enfim... mesmo não dando nada de respostas sobre a vida pregressa do protagonista (o que pode incomodar a muitos), o filme tem seu mérito justamente nas perguntas que deixa no ar, assim como nas competentes atuações de Foster, e da jovem Thomasin McKenzie, que surpreendeu pela intensidade que deu ao seu personagem, que inclusive lhe rendeu uma indicação ao Critics Choise desse ano.  O longa está disponível na plataforma Looke.


Vale Ver !


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