PiTacO do PapO - 'Dumbo' | 2019 Crítica 2
NOTA 8.0
Por Karina Massud @cinemassud
E lá se vão 78 anos desde que Dumbo, animação clássica da Disney, foi lançada em plena 2ª Guerra Mundial. É de se espantar que tenham demorado tanto tempo pra produzir um filme de um personagem amado por tantos. Mas 2019 é o ano dos filmes live-action: 'Alladin', 'Rei Leão', 'Turma da Mônica' e vários outros... Começando com 'Dumbo', produção da Disney dirigida por Tim Burton ('Edward Mãos de Tesoura', 'Os Fantasmas se Divertem', etc), que tem como marca registrada tramas com personagens “diferentes”, fora dos padrões e muitas vezes à margem da sociedade.
Dumbo conta a história de um elefante que nasceu com as orelhas gigantes que permitem que ele voe, o que o tornou a grande atração do circo onde ele e sua mãe trabalham. No live-action a história original é a primeira metade do longa, a segunda metade é nova, o que foi um ponto positivo no roteiro mas que acabou sendo cansativo, pois o ápice que é o vôo de Dumbo, foi se repetindo demais e perdeu o impacto.
Todos as cenas clássicas estão presentes: a locomotiva atravessando os EUA com o circo, a pintura de palhacinho no Dumbo, a pena que é o gatilho pra ele voar , o show com o prédio pegando fogo e a cena (triste de doer) onde ele é embalado pela tromba da mãe presa numa jaula . Dessa vez o elo de Dumbo é com as crianças Milly e Joe (atores bem medianos, uma pena!) e não com o ratinho Thimóteo - são eles que ajudam o amigo a enfrentar a solidão e a voar com destreza.
O bullying sofrido pelo elefantinho dessa vez está presente apenas em algumas zoeiras vindas da plateia, Tim Burton suprimiu essa parte do sofrimento e focou na exploração animal e na ganância do showbizz, o que foi um erro pois bullying é um assunto atualíssimo. O filme não tem humor mas tem a tristeza da crueldade com os animais, o que era normal na época em que o filme se passa, final da 1ª Guerra. Foi sofrido para uma protetora de animais como eu, que não tive coragem de ver “Marley e Eu” ou “Sempre Ao Seu Lado”.
O elenco é estelar: Eva Green vive a treinadora francesa Colette, linda e querida, que acaba conquistada pelo elefante voador; Colin Farrell está apagado como o ex-astro do circo que volta da guerra viúvo e com os filhos pra criar; Michael Keaton errou na mão ao fazer um magnata do circo ridículo e caricato demais; os destaques são Danny DeVitto, como um dono do circo pobrinho, e o protagonista Dumbo. O bebê Dumbo é de uma beleza, perfeição e comoção que são apaixonantes – a vontade é levar o elefantinho pra casa! Aquele olhar meigo com olhinhos azuis de boneca, o barulhinho que faz com a tromba e delicadeza são os grandes trunfos do filme, junto dos efeitos visuais belíssimos. 'Dumbo' não é o filme grandioso que todos esperavam, mas diverte e emociona.
Vale Ver !
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