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PiTacO do PapO - 'White Boy Rick' | 2018

NOTA 7.5

Por Rogério Machado


Esta é a história real de uma família típica de cinema: disfuncional , com afetos superexpostos e desafetos resolvidos de maneira inconsequente e torta. Esta é uma história como qualquer outras muitas de alguém que se vê do dia para a noite no mundo do crime e que não sabe porque continua se afundando ainda mais nele. No caso de 'White Boy Rick', de Yann Demange, ainda sem previsão de estreia por aqui, talvez na prática, não funcione bem assim: fruto do meio? Tendência à marginalidade?  Questões certamente propostas no roteiro mas que não funcionam tão bem ao ser transposto para a ficção. 


O longa apresenta a trajetória do jovem Richard Wershe Jr. (Richie Merritt) que, em meados da década de 1980, quando tinha apenas 14 anos, se tornou um informante disfarçado para o FBI. Depois acabou virando um grande traficante de drogas e, quando tinha 17 anos, sua vida dupla foi desmascarada ao ser pego com 17 quilos de cocaína. Logicamente Richard foi condenado a prisão perpétua, tudo sob os olhos de seu pai (Matthew Mcconaughey), um contrabandista barato de armas, que também tem que lidar com a desventuras da filha (Bel Powley), uma dependente química que é apaixonada por um marginal.

Baseada na história do homem com maior pena no estado do Michigan, o filme tem seu amparo nas boas performances do elenco. O sempre camaleônico Mcconaughey está bem aquém de seu potencial , mas ganha força no segundo ato em diante, seguido da ótima Bel Powley , a ponta mais fraca dessa família torta e sem referenciais. Apesar de todo protagonismo , Merritt, jovem ator não conhecido do grande público, oferece bem menos do que um papel dessa proporção exige. O resultado?  Um desfecho morno e sem a profundidade sinalizada desde a abertura. 

Outro ponto problemático na trama é a montagem e o desenvolvimento. Principalmente este último , que abre espaços desnecessários dentro da trajetória desse quase anti herói. O filme acaba valendo pela mensagem final e também - dando a César o que é de Cesar - a coragem de não fazer concessões mantendo um final cru e dramático. O que , numa produção como essa, pode ser providencial.


Vale Ver ! 


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