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PiTacO do PapO - 'Uma Gerra Pessoal' | 2019

NOTA 8.5

Por Rogério Machado


Sempre fico tentando imaginar o quão difícil deve ser a vida de um correspondente de guerra. Afinal, ele está na guerra, vive o conflito a cada segundo, mas não está diretamente ligado à ela. Deve documentar tudo,  respirar fundo com todas as atrocidades que vê, e o pior, tentar sobreviver. 'Uma Guerra Pessoal', baseado no artigo "Marie Colvin's Private War", escrito pela autora Marie Brenner para a Vanity Fair, é um relato tenso sobre tantos momentos cruciais e determinantes na carreira  de Marie Colvin , jornalista que tinha a coragem como nome e sobrenome. 


O longa dirigido por Mathew Heineman, é a cinebiografia da jornalista   (vivida aqui por Rosamund Pike), uma premiada repórter norte-americana, conhecida por cobrir zonas de conflito como Chechênia, Kosovo e Zimbábue. Durante um trabalho no Sri Lanka, ela perdeu seu olho esquerdo em 2001 e passou a usar um tapa-olho, que se tornou uma espécie de marca registrada.  Em uma de suas coberturas no Afeganistão ela conhece Paul Conroy (Jamie Dorman), um ex-combatente e hoje fotógrafo que cai nas graças de Marie, e juntos eles enfrentariam todas as dificuldades intrínsecas dessa profissão de auto risco.

'A Private War' (no original) concentra suas forças em uma década na vida pessoal e profissional da  jornalista. Entramos na intimidade de seu casamento, que logo em seguida a perda do olho, é abandonada pelo marido, que alegava que não conseguiria mais lidar com a nova aparência de Marie. Assim como os fantasmas e pesadelos após cada conflito em que participava como correspondente - a pressão dos jornais e da mídia e da cobrança pessoal da jornalista, que se desafiava a cada trabalho que assumia. Destaco aqui a eficiente atuação da sempre ótima Rosamund Pike, que demonstra toda a dor e dúvida sobre perseguir sua vocação ou escolher uma 'vida normal'.

Mesmo tendo o objetivo de fazer conhecida a trajetória da jornalista, o filme, em sequências super dramáticas que traduzem o drama de crianças e famílias inteiras em meio à guerra através de furos jornalísticos cavados por Marie, acaba servindo de apelo contra a guerra, que ceifa vidas todos os dias no mundo. Antes de ser uma profissional tarimbadíssima, Marie era humana , e resgatar esse traço marcante da personalidade da jornalista é com certeza um dos méritos alcançados por Heineman, um documentarista de mão cheia, indicado ao Oscar, que aqui demonstra intimidade no flerte com a ficção. 


Vale Ver !


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