PiTacO do PapO - 'Tudo o Que Tivemos' | 2019
NOTA 8.0
Por Rafael Yonamine @cinemacrica
Em diversas situações, a bonança acoberta problemas. Na obra de Elizabeth Chomko, a falta de saúde da matriarca traz à tona rusgas familiares entre irmãos e pais. Os episódios de manifestação de Alzheimer agregam, por um triste motivo, os membros da famÃlia sob o mesmo teto. O principal conflito reside na visão paterna mais conservadora de que é possÃvel oferecer cuidados para a esposa no ambiente domiciliar. Com a visão oposta, os filhos acreditam que o melhor a fazer é recorrer a uma casa de cuidados especiais.
"Tudo o Que Tivemos" é um sensÃvel retrato familiar que não vai exitar em nos convidar à reflexão. Ao longo do filme, a apresentação de fatos e argumentos, ora nos seduz a acreditar que a solução paterna é a melhor alternativa, ora pendemos para a crença de que o patriarca não está em condições de oferecer o melhor cuidado para a esposa. É um exercÃcio empático que transcende a especificidade desse contexto e conversa com qualquer um.
A partir do ponto central materializado na enfermidade, várias questões má digeridas vinculadas ao membros da famÃlia são colocados sob a luz. As questões passam pelo distanciamento da famÃlia por parte da filha mais velha, velhice e inabilidade do pai em cuidar da esposa enferma, o fracasso profissional do filho, entre outras. Postas as forças e fraquezas, Chomko, que também assina o roteiro, estende o convite à reflexão sobre quem tem mais propriedade ou melhores argumentos para definir o futuro de Ruth, a mãe e esposa doente. O que me pareceu ainda mais nobre, foi a elevação da discussão das diferenças para o questionamento sobre o que é o verdadeiro amor. Quem sabe o que é melhor: quem é mais instruÃdo ou quem tem um amor genuÃno?
Com um elenco estrelado (Hilary Swank, Michael Shannon, Robert Forster), mesmo que de forma simples, tanto do ponto de vista narrativo como estético, temos nessa obra uma boa representação de conflito familiar.
Vale Ver !
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