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Festival Varilux de Cinema Francês 2019 | Review

O Festival Varilux de Cinema Francês teve início em 06 de junho e termina nessa quarta, dia 19. A seleção de filmes, muito interessante por sinal, em breve deve chegar em reduzido circuito comercial por aqui. A intenção do nosso 'Review' é agir como um termômetro, para que quando os filmes do festival chegarem à mais salas em suas respetivas estreias, você, caro leitor, já saiba o que assistir acaso bata aquela boa e velha dúvida de sempre. Com vocês uma breve percepção de alguns dos filmes que fizeram parte do festival que passou por cerca de 60 cidades no Brasil.



Quem Você Pensa que Sou, de Safy Nebbou | Nota: 8/10: Filme que tem o privilégio de contar o brilho de uma Juliette Binoche inspirada. Temática dramática que se apoia em relações entre pessoas com diferença expressiva de idade e os possíveis graves impactos de relações virtuais. Roteiro inteligentíssimo e envolvente. Tipo de filme que você não quer que acabe.



Amor à Segunda Vista, de Hugo Gélin | Nota: 7/10: Apesar de não ser meu gênero favorito, reconheço que como comédia dramática a obra cumpre o papel com competência. Traz um olhar interessante sobre o valor que se dá ao parceiro quando o cotidiano e bens materiais ganham proporções desmedidas nas prioridades.



Finalmente Livres, de Pierre Salvadori | Nota: 6/10: Comédia morna, mas divertida. Diferentemente do anunciado no cartaz, está longe de ser a comédia do ano. Aqui acompanhamos a vida da viúva de um policial visto como herói. A protagonista se aprofunda no real passado do marido ao mesmo tempo em que vive encruzilhadas amorosas.


O Professor Substituto, de Sebástien Marnier | Nota: 6/10 : Leva uma proposta indiscutivelmente nobre. É uma reflexão sobre os rumos da sociedade. Mesmo tendo um caminho bastante criativo para apresentar a perspectiva do diretor sobre o tema, não é uma construção incrível.


Cyrano Mon Amour, de Alexis Michalik | Nota: 8/10: uma espécie de produção francesa com o encantamento Disney. Guiado pela trilha sonora orquestral típica do gênero, Edmond, aspirante a escritor de peças, vive episódios amorosos que se fundem ao processo criativo do seu material de trabalho corrente. Filme muito bem produzido.


Um Homem Fiel, de Louis Garrel | Nota: 7/10: trata da liquidez das relações amorosas. Inevitavelmente trará questões como os limites da permissividade e a coerência entre o que praticamos e o que queremos que pratiquem conosco. Nem sempre os paralelos são simétricos.


Meu Bebê, de Lisa Azuelos | Nota: 6/10: retrato transparente da relação mãe e filha com toques de humor. Nesse caso, a mãe possivelmente mais desajustada que a média, demonstra o mesmo nível de amor incondicional. O maior mérito é o trabalho sincero e escolha de episódios assertivos que embasam essa premissa afetiva.


O Mistério de Henri Pick, de Rémi Bezançon | (Nota: 4/10): suspense com notas humorísticas. Não se destaca nem pelo envolvimento do desenrolar dos fatos, nem pelas colocações cômicas. A resolução do caso demanda boa vontade do público para o número de concessões que a narrativa precisa para ficar de pé. O resultado não é recompensador.



Graças a Deus, de François Ozon | Nota: 9/10: Dono de uma filmografia muito expressiva e respeitada, não só no cinema francês como pelo cinema mundial, Ozon costuma aproximar muito o público de seus personagens - nitidamente por valorizar muito as relações interpessoais e os mistérios que envolvem os segredos desses relacionamentos. Em 'Graças a Deus' ele mostra coragem ao desvendar o lado sombrio da alma humana através de casos reais de pedofilia da Igreja Católica na França, que estima-se terem feito mais de 80 vítimas.




Por Rafael Yonamine @cinemacrica
Colaborou: Rogério Machado 

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