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PiTacO do PapO - 'Hebe - A Estrela do Brasil' | 2019

NOTA  7.5

Por Sérgio Ghesti @meuhype


Hebe Camargo teve uma origem humilde no interior de São Paulo e começou a trabalhar muito nova, aos 14 anos. Ela iniciou sua carreira no rádio na década de 40 e depois com a chegada da TV nos anos 50 foi uma das pioneiras da mídia no Brasil. Sua carreira teve forte apelo popular e durante a década de 60 e 70 se consolidou como uma das principais referências em programa de auditório. Depois de ficar quase 10 anos afastada da tevê, voltou na década de 80 pela Rede Bandeirantes, e é nesse momento que o filme aborda sua vida e carreira.


'Hebe, A Estrela do Brasil' foca na fase conflitante da personalidade mais querida do país, que se consagrou como uma das apresentadoras mais emblemáticas da televisão brasileira. Sua carreira passou por diversas mudanças ao longo dos anos. A época retratada no longa mostra o país enfrentando o período de transição da ditadura militar para a democracia, as pessoas viviam uma mudança de mentalidade e Hebe era um dos principais nomes que enfrentava a censura. Ela aos 60 anos de idade passou a controlar a própria carreira e não deixar de expor ao seu público a verdade de suas opiniões, independente do direcionamento de suas atitudes. 

O filme faz questão de apresenta-lá como precursora em meio a um cenário dominado por homens: era uma época aonde os principais apresentadores de sucesso eram homens, seu toque pessoal em seu programa, seja na escolha dos convidados, cenários e a imposição de realizar o programa ao vivo, são demonstrações da sua personalidade forte em uma época onde a tevê aberta se tornava o principal veículo do país, substituindo o rádio. O programa era monitorado pelo governo, que muitas vezes tentava controlar a apresentadora, que não deixava de se impor, até mesmo com os executivos poderosos, sempre com um posicionamento honesto e espontâneo. Em sua vida pessoal enfrentou um marido ciumento e que muitas vezes tentava ofuscar seu brilho , além de um ex-marido ausente com o filho, que não raras vezes sentia o vazio dessa distância dos pais. Fora isso, a apresentadora ainda tinha uma paixão incontrolável pelo cantor Roberto Carlos e gostava muito de bebidas alcoólicas. Ela sempre se revelou para o público como uma mulher extraordinária, capaz de superar qualquer crise pessoal ou profissional e sempre aparecia de forma deslumbrante.  Sem pudor ou medo da crítica, a loira mais famosa do Brasil se revela inteira: na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. 

Com direção de Maurício Farias, roteiro de Carolina Kotscho e com Inti Briones como diretor de fotografia. Andrea Beltrão vive Hebe em atuação correta, o elenco do longa ainda conta com Marco Ricca, Caio Horowicz, Danton Mello, Gabriel Braga Nunes, Danilo Grangheia, Otávio Augusto, Claudia Missura, Karine Telles, e Daniel Boaventura. O longa mostra como Hebe lutou pelo direito de ser ela mesma na frente das câmeras, dona de sua voz e única autora de sua própria história. Entre o brilho da vida pública e a escuridão da dor privada, ela se tornou a mais autêntica e querida celebridade da história da nossa televisão. Mesmo a trama não sendo abrangente em muitos fatos, serve como um relato episódico digno do legado da apresentadora, para matar a saudade, mesmo que sintamos falta de muitas coisas relativas à sua biografia.


Vale Ver ! 




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