PiTacO do PapO - 'O Clube dos Canibais' | 2019
NOTA 8.0
Por Rogério Machado
É cada vez mais animador ver o cinema de gênero ganhando força no Brasil. E digo mais; ver como as produções regionais e independentes estão se destacando e revelando serem celeiros inesgotáveis de idéias, abraçando com ousadia o cinema autoral, ainda que se inspirem em obras que já vimos antes. 'O Clube dos Canibais' , que foi exibido no inÃcio desse mês num circuito bem reduzido, revela-se uma grata surpresa, e com o fôlego de uma nova geração fazendo cinema no paÃs.
É cada vez mais animador ver o cinema de gênero ganhando força no Brasil. E digo mais; ver como as produções regionais e independentes estão se destacando e revelando serem celeiros inesgotáveis de idéias, abraçando com ousadia o cinema autoral, ainda que se inspirem em obras que já vimos antes. 'O Clube dos Canibais' , que foi exibido no inÃcio desse mês num circuito bem reduzido, revela-se uma grata surpresa, e com o fôlego de uma nova geração fazendo cinema no paÃs.
Na trama seremos apresentados ao casal Otávio (Tavinho Teixeira) e Gilda (Ana LuÃza Rios). Eles são da elite de uma pequena cidade no interior do Ceará e membros do 'The Cannibal Club'. Os dois fazem parte de um seleto grupo de pessoas muito ricas que têm o hábito estranho de comer seus funcionários, - isso mesmo, comer! Contudo, quando Gilda, durante uma das 'festas rituais' do clube, acidentalmente descobre um segredo de Borges (Pedro Domingues), um poderoso congressista e lÃder do clube, ela acaba colocando sua vida e a de seu marido em perigo.
Além de reforçar positivamente a ala do cinema de gênero, com muito suspense, muito gore e um refinamento interessantÃssimo no modo de filmar (formato scope, ou seja ,a tela mais retangular de cinema), a discussão é que é realmente o ponto alto do longa: a elite endinheirada - subjugando seus empregados pela posição social - que estão ali para servir, serem usados, ao final pagar com a vida (literalmente) e ainda devorados em jantares requintados. Nas entrelinhas; uma gente hipócrita, preocupada com valores e moralidade, mas que por trás das cortinas, fazem sexo livre e matam por prazer. As mortes, aqui literais e brutais, não passam de um elemento cênico para transmitir o recado com a força e a criatividade que se espera de um filme de gênero.
Guto Parente, um jovem cineasta nordestino, que já coleciona bons projetos e boas parcerias no cinema nacional, aqui alcança um novo patamar. Sobe um novo degrau com uma obra inventiva , ousada e esteticamente elegante. Erra em alguns pontos , como no uso da trilha sonora e nas escolhas que faz em seu desfecho, mas que ainda sim apresenta desenvoltura no recado.
Vale Ver !
Além de reforçar positivamente a ala do cinema de gênero, com muito suspense, muito gore e um refinamento interessantÃssimo no modo de filmar (formato scope, ou seja ,a tela mais retangular de cinema), a discussão é que é realmente o ponto alto do longa: a elite endinheirada - subjugando seus empregados pela posição social - que estão ali para servir, serem usados, ao final pagar com a vida (literalmente) e ainda devorados em jantares requintados. Nas entrelinhas; uma gente hipócrita, preocupada com valores e moralidade, mas que por trás das cortinas, fazem sexo livre e matam por prazer. As mortes, aqui literais e brutais, não passam de um elemento cênico para transmitir o recado com a força e a criatividade que se espera de um filme de gênero.
Guto Parente, um jovem cineasta nordestino, que já coleciona bons projetos e boas parcerias no cinema nacional, aqui alcança um novo patamar. Sobe um novo degrau com uma obra inventiva , ousada e esteticamente elegante. Erra em alguns pontos , como no uso da trilha sonora e nas escolhas que faz em seu desfecho, mas que ainda sim apresenta desenvoltura no recado.
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