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PiTacO do PapO - 'Minha Mãe é uma Peça 3' | 2019

NOTA  8.0 

Por Rogério Machado

Goste ou não, a franquia 'Minha Mãe é Uma Peça' , inspirada na peça homônima escrita por Paulo Gustavo e Fil Braz , é um sucesso estrondoso. Não é novidade que Hermínia é na verdade uma versão quase fiel de sua mãe, Déa Lúcia, que não tem papas na língua e um timbre de voz absurdamente caricato por natureza. Depois de seis anos da primeira incursão cinematográfica, Paulo Gustavo trás Dona Hermínia de volta evoluindo a trajetória familiar e o crescimento natural de toda família. O  longa estreia essa semana nos cinemas. 


Nessa terceira sequência, Dona Hermínia (Paulo Gustavo) vai ter que se redescobrir e se reinventar porque seus filhos estão adultos e formando novas famílias. Essa mãe ciumenta e super protetora  vai ter que segurar a emoção para lidar com um novo cenário de vida: Marcelina (Mariana Xavier) está grávida de uma namorado que a mãe nem conhece,  já  Juliano (Rodrigo Pandolfo) marcou a data de seu casamento com o grande amor de sua vida, Thiago (Lucas Cordeiro). Dona Hermínia está mais ansiosa do que nunca, e para completar, Carlos Alberto (Herson Capri), seu ex-marido, que esteve sempre por perto, agora resolve ficar ainda mais próximo.

Como anteriormente, o filme é ambientado na cidade natal de Paulo Gustavo, Niterói, e capta com precisão o cotidiano do lugar, como o passeio na orla de São Francisco e a tradicional feirinha no Campo de São Bento, que abre o filme e é onde já notamos que o tom afiado permanece intacto. Explorar o lugar de origem ainda continua sendo salutar para uma produção que exalta esse bairrismo da mãe de Paulo Gustavo. Contudo, há que se fazer uma obervação: tem sido comum em algumas produções nacionais, locações feitas no estrangeiro. Isso pode ser interessante em algumas tramas como na franquia 'De Pernas pro Ar', por exemplo, mas aqui a sequência de cerca de 10 minutos soa fora de contexto. As piadas pela inabilidade de Dona Hermínia com o inglês, são nada mais do que mais do mesmo. 

A eficiência na direção de Susana Garcia (cujo entrosamento já havia acontecido em 'Os Homens São de Marte... E é Pra Lá que Eu Vou' e 'Minha Vida em Marte') é patente.  Nessa terceira empreitada a história assume ainda mais sua porção autobiográfica: Paulo Gustavo insere sua história na trama de Juliano, e deixa de lado a caricatura dos relacionamentos gays em dramaturgia introduzindo o casamento e a formação de uma família homoafetiva  com humor sim, mas com boas tonalidades de bom gosto. Ainda sobre o 'q' autobiográfico, vale ressaltar que há ainda a aparição rápida não só do marido de Paulo Gustavo, Thales Bretas, como dos gêmeos Gael e Romeo, filhos do casal.

'Minha Mãe é uma Peça 3' mantém o humor, além de se aprofundar um tanto mais em questões sociais, principalmente em se tratando da homofobia.  Peca por cair no vício de tentar renovar piadas velhas, mas ainda sim cairá no gosto popular. E isso, com toda certeza, Paulo Gustavo faz como ninguém.


Vale Ver !


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