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PiTacO do PapO - 'Uma Segunda Chance para Amar' | 2019

NOTA 7.0

Por Rogério Machado


O cantor  George Michael, falecido há quase 3 anos, fez uma carreira linda e recheada de grandes hits que embalaram desde casais apaixonados até pistas de dança. 'Uma Segunda Chance para Amar', que acaba de chegar aos cinemas, se vende como 'baseado nas canções de George Michael', mas na verdade é livremente inspirado em Last Christmas (quando ele ainda formava dupla com Andrew Ridgeley, na estourada Wham!), música que integra a extensa lista de grandes sucessos oitentões da dupla. 


O longa que tem  a direção de Paul Feig ('Missão Madrinha de Casamento' - 2011) traz a emocionante história de amor — apesar de clichê — envolvendo Kate (Emília Clarke) e Tom (Henry Golding). A jovem vive uma vida complicada e confusa na Inglaterra, tentando audições para musicais e trabalhando como vendedora  em uma loja temática de natal cuja proprietária é Santa (Michelle Yeoh), uma patroa de pulso firme.  Em um dia como outro qualquer, eis que ela encontra Tom, um rapaz leve e alegre, que ajuda em obras sociais, e ainda se apresenta como um homem romântico e interessado em se aproximar de Kate.

Muito embora a trama apresente frescor ao ir além de um simples romance entre dois personagens (quando estão juntos) que causam grande empatia na audiência, o longa em contrapartida evolui de forma morna. A história, já no terço final do filme, até surpreende, mas é engolida pela inexpressão da personagem de Kate, que não se salva nem com o carisma de Emília Clarke.  O mesmo não se pode dizer (felizmente) do ator Malaio Henry Golding, já visto no sucesso 'Podres de Ricos' (2018), que mesmo com menos tempo em cena, se sobrepõe facilmente ao brilho da já conhecida atriz. 

Outro ponto fora da curva que acaba por salvar a produção é a participação efetiva da veterana Emma Thompson (também responsável pelo roteiro), uma mãe croata que tem medo da perseguição em função da ofensiva às causas dos refugiados - o humor na trama fica mesmo por conta de sua brilhante participação. 

No fim das contas , o saldo é positivo muito mais por não cair nas saídas óbvias do gênero e pelas pontuais participações. Como comédia romântica falha, e ainda mais por se apoiar equivocadamente nas canções de George Michael , que merecia muito mais que só preencher passagens de tempo ou abrir  e fechar cenas.  Freedom '90, Wake Me Up Before you Go-Go e a minha preferida, Heal the Pain (que inclusive aparece com frequência no decorrer da trama) não passam de acabamentos formosos para a história, que em nada honram o legado desse inestimável artista. 


Vale Ver !


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