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'Meu Nome é Sara' é o mais do mesmo com a roupagem da Segunda Guerra | 2020

NOTA 6.0

Por Rafael Yonamine @cinemacrica


A perplexidade deve ter sido o mais suave dos sentimentos quando em contato com as primeiras noções do que foi a Segunda Guerra. O mesmo deve ter se repetido quando essa memória encontrou nas telas do cinema uma forma de materialização. "Meu Nome é Sara" representa bem esse processo, poderia ser notável se fosse uma obra de décadas passadas. Sem oferecer saltos notáveis para a temática das barbáries nazistas, o foco é a tentativa de compadecimento de Sara, uma judia polonesa adolescente que foge para a Ucrânia. Deixando para trás a família, a garota se sujeita a condições precárias de decência pela simples troca de comida e teto.


Sem exageros, mas o fato é que a sinopse acima é uma boa síntese do filme do pouco experiente diretor Steven Oritt. Sabe-se que a ruptura familiar é dolorosa, assim como é evidente que é desconfortante chamar de lar um novo ambiente hostil. A luta pela sobrevivência, portanto, requer a inserção de elementos originais para esse retrato que o público médio já tem solidificado. Investe-se uma parcela considerável de tempo em contextualizações básicas como os maus tratos empregados pelos anfitriões da protagonista ou mesmo dos abusos militares. Não há ousadia em atravessar essas linhas cômodas de forma vigorosa, o roteiro fica contido com a crença inocente de que a maturação da angústia centrada na protagonista seria o suficiente para promover algum nível de empatia sensibilizadora. As atuações também não são grande destaque, o que acaba sendo mais um elemento que compromete o propósito do todo.

Alguns potenciais pontos altos poderiam trazer mais notoriedade para o marasmo predominante. As rusgas familiares, por exemplo, poderiam exercer essa função. Há um grau razoável de complexidade no matrimônio do casal ucraniano que acolhe Sara, assim como sua relação com os parentes. Mas, a tratativa é passageira e sempre voltamos para as incessantes marteladas em obviedades históricas.

A crença de que o rótulo "Baseado Numa História Real" agregaria o ânimo fundamental ao longa, faria sentido se estivéssemos na década de 80.


Vale Ver Mas Nem Tanto!



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