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'Por Lugares Incríveis', novo filme Netflix, presta um desserviço à causa | 2020

NOTA 3.0

Por Eduardo Machado @históriadecinema

Na primeira cena de 'Por Lugares Incríveis', Violet (Elle Fanning) está prestes a pular de uma ponte. Finch (Justice Smith) passa pelo local e oferece a mão para que ela saia dali. Esse é o ponto de partida de um filme que deveria discutir a sério a questão do suicídio e das doenças mentais, mas que falha miseravelmente nesse quesito.

Isto porque desde o início o longa foca nos problemas graves pelos quais Violet está passando,  o filme é explícito nisso. No entanto, o transtorno de Finch também não deixa de ser evidente, mas ninguém de fato olha para o rapaz, o que não seria um problema tão grande se ao menos a roteirista Liz Hannah tivesse dado alguma atenção aos problemas do garoto.


Neste contexto, embora com alguns problemas, o filme até funciona como filme de gênero, mas é sempre como se Finch servisse apenas de escada para que Violet curasse a sua dor. Um anjo que a guia para um lugar onde ela pode se libertar de seus traumas e assim que tal questão é resolvida, ele pode desaparecer.

Neste sentido, a falta de aprofundamento nas questões de Finch fazem com que o filme passe uma mensagem extremamente equivocada com relação às doenças mentais, validando as atitudes de Finch, sem maiores questionamentos. Tudo muito raso.

É bom lembrar, no entanto, que transtornos mentais são coisas sérias e jamais devem ser romantizados com o propósito de arrancar lágrimas de quem quer que seja, muito menos de adolescentes, sempre mais suscetíveis. Faltou responsabilidade para lidar com a questão. 

Nem Vale Ver !


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