'Troco de Dobro'. Mark Wahlberg na boa e velha rixa: tira bom x tira mau | 2020

NOTA 7.5

Por Karina Massud @cinemassud 

De cantor de rap/hip-hop sarado e de sucesso na banda “Marky Mark and the Funky Bunch” (quem ferveu nos anos 90 vai lembrar dos hits deliciosos e dançantes!) Mark Wahlberg se tornou um produtor e ator de igual sucesso em filmes de gêneros diversos, “Planeta dos Macacos” (2001), “Ted” (2012), “Boogie Nights” (1997), “O Vencedor” (2010), “Os Infiltrados” (2016)...etc, etc. 

Em “Troco em Dobro”, nova produção da Netflix (ufa, finalmente um filme de ação bom!), ele vive Spenser, o protagonista numa fórmula que é batida mas diverte: “tira honesto desconfia do tira corrupto, tenta fazer justiça e por isso vai preso injustamente”. O  filme é baseado em “Wonderland”, livro de 2013 do escritor Ace Atkins, o 41º da série de livros de ação com o policial Spenser, daí se deduz que “Troco em Dobro” pode virar uma franquia.

A história é simples porém bem costurada e sem grandes invencionices: os tiras corruptos envolvidos com a máfia de cassinos de Boston estão levando a melhor há anos quando chega Spenser, recém-saído da prisão, pra investigar a conspiração, provar sua inocência e a do amigo, e trazer toda a verdade à tona. A premissa é básica : os mocinhos precisam vencer os vilões, o roteiro não tem a pretensão de se aprofundar em nada e é por isso mesmo que funciona.

Os coadjuvantes são essenciais em filmes de ação pra garantir o alívio cômico e para que  a trama não caia na chatice da pancadaria non-stop. Henry (Alan Arkin, sempre impecável) é o mentor de Spenser, sagaz e com uma piada certeira mesmo nos piores momentos. A cachorrinha beagle idosa que é muito fofa e disputada por todos. Hawk, o colega de quarto lutador de boxe que resolve se enveredar nas investigações sem medo do perigo e  finalmente Mara, a ex-mulher maluca que é uma metralhadora giratória de verdades ácidas e politicamente incorretas. A química  desse  grupo é ótima e fundamental pra leveza do filme. São muitas as cenas de luta e pancadaria, mas tudo na medida, nada chocante que não possa ser visto até por um público infanto juvenil. Nosso protagonista é um ninja que vence todas as brigas, seja no braço, no facão ou com armas de fogo - ele é invencível nos confrontos. Ele tem um senso heroico maior que ele próprio, do tipo que não pode ver uma injustiça sendo cometida que já vai tentar consertá-la.

Spenser tem carisma, coração mole, jogo de cintura e humor que nos envolve sem forçar a barra, conjunto que faz de “Troco em Dobro” bastante divertido! Os fãs de Wahlberg - e de filmes de ação- vão amar!

Vale Ver !