Dica do Papo: 'A Raposa Má' | 2017
Por Eduardo Machado @históriadecinema
Uma Raposa que não sabe caçar, uma cegonha preguiçosa e um porquinho atrapalhado, são alguns dos personagens de “Le grand méchant renard et autres contes...”, animação francesa de 2017 que ganhou o não muito adequado título brasileiro “A Raposa Má”.
O título brasileiro não é dos melhores, porque não tem ninguém, muito menos a Raposa, que seja realmente mau no longa dirigido por Benjamin Renner (“Ernést & Celéstine” - 2012), adaptado dos quadrinhos escritos pelo próprio diretor. Muito pelo contrário, os três contos do filme, todos voltados para crianças abaixo dos 10 anos, são ingênuos e inspiram a fazer o bem.
Ambientada em uma fazenda no interior da França, as três histórias se conectam na medida em que contam com o protagonismo de animais insatisfeitos, com dificuldades de cumprir os papéis que, naturalmente, lhes são atribuídos.
Na primeira historinha, um porco, um pato e um coelho precisam assumir a função de cegonha para impedir que um bebê fique órfão e, após passarem por diversas aventuras, aprendem lições verdadeiras sobre amor, amizade e desapego. Desapego, aliás, é uma lição aprendida também no segundo conto, no qual a Raposa desenvolve relação de afeto com os pintinhos que deveriam ser seu jantar. Para encerrar, a historinha dos animais que fazem as vezes de Papai Noel na boa intenção de evitar que as crianças fiquem sem presentes no Natal é para aquecer qualquer coração.
À moda antiga, a animação é toda em 2D, quadros pintados à mão, e assim sentimos estar diante do bloco de notas de um cartunista. A estética, portanto, casa perfeitamente com um roteiro que preza pela simplicidade. Provado está que é possível tirar da simplicidade as mais variadas lições.
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