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'Mystify – Michael Hutchence' é um belo retrato de um astro hipnotizante | 2020

NOTA 8.5

Por Karina Massud @cinemassud

Durante um bom tempo lá no fim dos anos 80 e começo dos 90 eu passei flutuando ao som de “Mystify” e “I Need You Tonight”,  hits da banda INXS, liderada por Michael Hutchence, umas das vozes mais aveludadas e  também um dos homens mais sexy que já existiram no showbizz. Ele tinha um apelo gigantesco igual ao seu talento, numa trajetória meteórica que foi sendo minada depois de um triste acidente. O documentário “Mystify- Michael Hutchence” traz a história de vida do cantor, da ascensão à triste queda que culminou com sua morte.


O  diretor Richard Lowenstein, que era amigo pessoal de Hutchence e dirigiu vários clipes da banda, optou por contar a história do cantor através de depoimentos e cenas de arquivo pessoal de duas das suas namoradas mais famosas: a cantora Kylie Minogue e a top model Helena Christensen, visto que não foi possível através das músicas por questões de direitos autorais, uma pena! A música está lá mas apenas como pano de fundo pro glamour da vida das celebridades, nas suítes de hotéis chics, lindas viagens e até no arcaico e hoje engraçado modo de se comunicar com Kylie via fax, “Bom dia meu amor, estou com saudade. Te amo”. 

Um dia Michael sofreu um acidente que foi escondido do grande público e que o levou a ficar agressivo, perder olfato e paladar e  praticamente mudar de personalidade. Ele se envolveu então com a apresentadora Paula Yates (que foi casada com Bob Geldof, e que morreu de overdose  de heroína em 2000) , caso escandaloso que foi primeira página dos tabloides britânicos. Daí pra frente ele se viu enfrentando um período de depressão e ostracismo que não ajudaram em nada a lidar com o fato da banda não estar mais no auge, algo comum pra qualquer artista, pois existem altos e baixos em qualquer carreira, sobretudo na carreira musical.

O longa mostra como uma pessoa em situação emocional frágil fica suscetível a cair em ciladas ou se unir a outra que o leva pra baixo e a regredir na vida, ou seja, energias iguais se atraem e é difícil sair do ciclo vicioso. Além de mergulhar na alma do cantor, o documentário também refuta a lenda que correu durante anos que Michael havia morrido por asfixia durante a masturbação, quando de fato se matou por enforcamento; mas na época, 1997, a internet ainda engatinhava e os rumores eram mesmo no boca a boca e difíceis de serem desmentidos.

A narrativa destaca o contraste na vida do cantor: um homem tímido na vida pessoal, mas com um magnetismo impressionante no palco, com suas camisas abertas, cabelo ondulado e longo,  e voz sedutora que quase colocava o público em transe. O impacto emocional é grande em quem era fã da banda e viveu os lançamentos dos hits, pois é melancólico ver como o cantor foi de alma ensolarada ao comportamento sombrio depois do acidente.

Uma história esclarecedora e uma bela homenagem a Hutchence. “Mistify é indispensável não só para fãs do INXS mas também para quem quer conhecer um pouco da banda e de seu vocalista que até hoje brilha.


Vale Ver !




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