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'Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars', a nova e empolgante comédia da Netflix | 2020

NOTA 7.5

Por Rogério Machado 

Antes de mais nada, pra quem não conhece, é válido dizer que o Eurovision existe e é um grande festival de música criado em 1956, cujo principal objetivo foi unir os países da Europa devastados pela guerra. Seguindo os moldes do já muito conhecido Festival de Música de Sanremo, criado em 1951 na Itália, o Eurovision causa uma tremenda comoção entre os países participantes. Em termos de comparação, o evento  por lá tem o mesmo impacto do que uma Copa do Mundo para o Brasil, por exemplo. 'Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars', do diretor David Dobkin, não só trabalha nesse ambiente como também o transporta para a tela, muito embora o filme não funcione exatamente dentro do seu propósito. 


Na comédia iremos conhecer os aspirantes a músicos Lars (Will Ferrell)  e Sigrit (Rachel McAdams). Desde pequenos, depois de verem o ABBA se apresentar no Festival Eurovision nos anos 70, eles colocam como meta a participação no Festival, sob grande reprovação do pai de Lars, Erick (Pierce Brosnan) e a chacota da pequena cidade em que moram na Islândia. Depois de um incidente com os escolhidos para o Festival, os dois conseguem a oportunidade de representar seu país na maior competição de músicas do mundo, a The Eurovision Song Contest. Eles finalmente estão prestes a provar para todos que não deram crédito  que sonhos valem a pena.

É inegável que a produção seja contagiante. As músicas da trilha que passam por 'Ray of light' da Madonna, 'Waterloo' do Abba, 'Believe' da  Cher, entre muitas outras que navegam dentro do universo pop, não dão chance para deixar o expectador entendiado. Tudo é muito colorido, a produção de arte é caprichada, e muito embora os efeitos pequem em sequências mais ousadas, o saldo é de certa forma positivo. Quando o longa aposta em sua veia musical, repercute com efeito, como por exemplo em um flash mob numa grande festa pré Eurovision que usa grande parte do elenco, com um mash-up que vai deixar qualquer fã de Glee de cabelo em pé. 
  
Entretanto, já que estamos dentro de uma comédia, quando o roteiro investe no humor, o resultado é bem desinteressante, beirando aos exemplares de gosto duvidoso. Dentre as características mais falhas na composição de personagens, ao investir na porção comédia da produção, eu destacaria a insistência em infantiliza-los. É incompreensível a atribuição desse requisito, e se a intenção era fazer rir, o resultado é exatamente o contrário. 

No que diz respeito ao elenco, qualquer um vai perceber que McAdams e Dan Stevens (aqui como um cantor russo meio afetado, que representa seu país no festival) roubam a  cena. McAdams não só por brilhar nas canções da banda Fire Saga, mas por felizmente quebrar o ritmo de besteirol imprimido por Will Ferrel, que parece sempre viver os mesmos personagens em seus filmes. 'Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars', não cumpre sua missão enquanto comédia, mas empolga enquanto musical. Impossível não se apaixonar pelas canções da desajeitada e carismática dupla. 


Vale Ver !


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