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Pinóquio: novo filme é releitura morna do clássico, mas encanta | 2020

NOTA 6.5

Por Rogério Machado 

A mais conhecida e  clássica versão de 'Pinóquio' é datada de 1940, e de lá pra cá outras animações de menor repercussão ganharam vida , além de um live action lançado em 2002, que foi apedrejado pela crítica. Naquela ocasião o italiano ganhador do Oscar Roberto Benigni  não só viveu o boneco de madeira que queria ser menino como também dirigiu o filme , e agora, ele encarna Geppetto, o criador e pai de Pinóquio em uma produção com direção de Matteo Garrone ('Dogman' - 2019), que foi apresentada no último Berlinale e lançada na Itália no fim de 2019. 


Na história, Geppetto (Roberto Benigni) é um carpinteiro solitário que, um dia, resolve fazer um boneco de madeira para lhe fazer companhia.  Ansioso para se tornar um menino de verdade, Pinóquio (Federico Ielapi) se mete em várias confusões, apesar dos constantes avisos de seu amigo Grilo Falante (Davide Marotta). O boneco tem uma particularidade muito conhecida: sempre que mente seu nariz cresce.  Ele vai conhecer a Fada Azul (Marine Vacth), que será uma espécie de protetora de Pinóquio, que o salvará de alguns apuros, além de ser aquela responsável pelo seu maior sonho: o de se tornar gente de verdade.

O filme de Garrone, um veteraníssimo na direção, é super bem cuidado. Nada a dizer sobre fotografia, produção de arte e design de produção. O nível nesses quesitos é altíssimo e não deixa a desejar para os grandes estúdios de Hollywood. No entanto, mesmo com efeitos especiais também dignos de gigantes do entretenimento , não só a figura do boneco de madeira, como também outros seres mágicos em sua jornada, incomoda. O uso do CGI por vezes soa de mal gosto e não conversam de igual pra igual com alguns personagens com, digamos,  melhor acabamento no uso de efeitos. 

Outro ponto que ressaltaria como desfavorável, é que a história clássica de Carlo Collodi é marcada pela emoção da descoberta e da magia , e isso, não chega a ter  o mesmo brilho nesse novo live action: o longa produz encantamento pela grandeza, mas deixa a emoção de lado. O reencontro de pai e filho - já que é conhecido que eles passam muito tempo longe em função da fuga do 'garoto' - não reverbera no público, não se torna o ponto alto da trama como deveria ser. O foco aqui é a aventura, e se olharmos por esse prisma, a produção há de sair com saldo positivo. Mas claro, desagradando em parte àqueles que se pautam pelo clássico de 1940. 

'Pinocchio' (aqui na grafia original), tem mensagem clara e didática, eficiente sobretudo para o público infantil: ser obediente, dar atenção aos estudos e crédito aos bons conselhos. É sem dúvidas um filme que chama atenção pelos moldes de superprodução e muito recomendado para se ver em família.


Vale Ver Mas Nem Tanto!







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