'Queen & Slim' celebra a resistência negra nos Estados Unidos | 2020
NOTA 9.0
Por Rogério Machado
Mas e se você se deparasse com uma situação extrema.. o que você faria? Esse é só um dentre tantos os gatilhos de 'Queen & Slim', filme da cineasta Melina Matsoukas, uma americana experiente em vídeo clips de sucesso (entre eles Beyoncé), que estreia seu primeira longa metragem e acerta em cheio ao transformar um roteiro corriqueiro em uma produção de identidade e com um discurso que se renova sempre que bem usado na linguagem cinematográfica. A previsão da Universal Estúdios era lançar o filme nos cinemas ainda no primeiro semestre no Brasil, o que não aconteceu por conta da pandemia.
A Queen (Jodie Turner-Smith) e o Slim (Daniel Kaluuya) do título se conheceram pelo Tinder e marcaram um encontro numa lanchonete qualquer. Depois do encontro, já de volta para casa, o casal em potencial, é detido por conta de uma pequena infração de trânsito. A situação se agrava, com resultados repentinos e trágicos, quando Slim mata o policial em legítima defesa. Aterrorizados e com medo da destruição de suas vidas pessoais e profissionais, são forçados a fugir. Mas o incidente é registrado em vídeo e viraliza na internet, e o casal, involuntariamente se torna um símbolo de trauma, terror e pesar para algumas pessoas, já que para a maior parte dos negros no país, eles irão representar vingança , liberdade e empoderamento.
O roteiro, também de uma mulher, Lena Waithe (de 'Jogador Nº 1'), evoca visões de mundo divergentes dos protagonistas , mas que se complementam: como se fosse Martin Luther King Jr e Malcolm X. A raiz altamente política do filme mais uma vez coloca na mesa o racismo e o alto índice de negros mortos sem um motivo aparente por policiais nos Estados Unidos. Engana-se quem pensa que a narrativa repetirá discursos inflamados e um filme de embate, muito pelo contrário, a história tem força sem precisar apelar para vícios do gênero.
Outro ponto fora da curva é o desenho 'road movie' que o filme assume à partir do momento que são caçados, e por onde passam , deixam rastros positivos pra uns e negativos pra outros. Uma corrente de apoio se forma sem que eles saibam, mas que toma conta de todo um país. Como se fossem portadores das vozes de todos os negros injustiças pelo sistema corrupto e preconceituoso.
No que diz respeito a estética, a experiência em vídeos pop, trouxe boas referências ao filme de Matsoukas: a fotografia é quente e atraente e a trilha sonora recheada de soul, black music e hip-hop, dão ritmo e muitas vezes emoção para algumas tomadas. Kaluuya , (muito conhecido pelo terror 'Corra' - 2017) e Jodie Turner-Smith são como fogo e gasolina em planos de tirar o fôlego. Explodem em química e são a representação em carne e osso dessa luta contra o preconceito que lamentavelmente está longe de ter um fim.
Super Vale Ver !
O roteiro, também de uma mulher, Lena Waithe (de 'Jogador Nº 1'), evoca visões de mundo divergentes dos protagonistas , mas que se complementam: como se fosse Martin Luther King Jr e Malcolm X. A raiz altamente política do filme mais uma vez coloca na mesa o racismo e o alto índice de negros mortos sem um motivo aparente por policiais nos Estados Unidos. Engana-se quem pensa que a narrativa repetirá discursos inflamados e um filme de embate, muito pelo contrário, a história tem força sem precisar apelar para vícios do gênero.
Outro ponto fora da curva é o desenho 'road movie' que o filme assume à partir do momento que são caçados, e por onde passam , deixam rastros positivos pra uns e negativos pra outros. Uma corrente de apoio se forma sem que eles saibam, mas que toma conta de todo um país. Como se fossem portadores das vozes de todos os negros injustiças pelo sistema corrupto e preconceituoso.
No que diz respeito a estética, a experiência em vídeos pop, trouxe boas referências ao filme de Matsoukas: a fotografia é quente e atraente e a trilha sonora recheada de soul, black music e hip-hop, dão ritmo e muitas vezes emoção para algumas tomadas. Kaluuya , (muito conhecido pelo terror 'Corra' - 2017) e Jodie Turner-Smith são como fogo e gasolina em planos de tirar o fôlego. Explodem em química e são a representação em carne e osso dessa luta contra o preconceito que lamentavelmente está longe de ter um fim.
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