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'Secreto e Proibido' e as histórias de amor que jamais deveriam ser invisíveis | 2020

NOTA 7.0

Por Eduardo Machado @históriadecinema 


Ryan Murphy, um dos maiores realizadores da TV atualmente, criador de sucessos como “Glee”, “American Horror Story” e “American Crime Story”, em dado momento de sua carreira, deve ter pensado em como utilizar o prestígio que amealhou durante seus anos de estrada para poder dar visibilidade e contar histórias outrora invisíveis ao grande público. Assumidamente homossexual, é prazeroso ver o seu engajamento com a causa, que se consolidou com a série “Pose” e com o novo filme produzido por ele “Secreto e Proibido”.


Não que “Secreto e Proibido” passe por algum ativismo gay, como tampouco os trabalhos anteriores de Murphy tenham essa pecha. O interessante aqui é justamente naturalizar o que nunca deveria ter sido tratado, em tempo algum, como estranho ou diferente. Neste documentário de pouco menos de 90 minutos dirigido pelo estreante Chris Bolan, os holofotes estão onde devem estar, ou seja, na história de amor construída por essas mulheres durante seis décadas.  

Pat Henschel e Terry Donahue se conheceram em 1947, quando a homossexualidade era mais do que uma estranheza, pois, em muitos lugares, era, de fato, um crime. Não é difícil, portanto, imaginar as dificuldades pelas quais elas passaram, desde então apresentando-se em ambientes sociais como amigas ou primas, tentando esconder do mundo o amor que nutriam uma pela outra, que, ao invés de ser gritado aos quatro ventos como deveria, restrito ficou ao interior do lar e a um seleto grupo de amigos que viveu história parecida.

Esse seleto grupo de amigos, essa pequena comunidade na qual Pat e Terry conseguiam ser elas mesmas, é a prova de que a história delas é apenas uma entre milhares de histórias de amor invisíveis por aí. É fato que o documentário poderia ter mais minutos, de modo a expor melhor as agruras desse amor em segredo. Mas esse não é um filme para nos fazer chorar ou sofrer, é para nos fazer sorrir. Para comemorarmos a existência do cinema que nos abre uma janela para amores invisíveis.


Vale Ver !


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