Adsense Cabeçalho

A dor do luto e o aconchego da família em 'Uma Última Vez' | 2019

NOTA 9.0

Por Rogério Machado

O tema abordado no filme de estreia na direção em longas-metragens de Stephen Moyer, não é inédito. Já vimos outras histórias que usam o motivo do luto para realinhamentos e ajustes de contas em uma família. Poderia citar diversos exemplos (bons ou medianos) que tocam nesse mesmo ponto - que vão de  memórias desgastantes à lembranças ternas - em meio à dor da perda, e que por sua vez, acaba sendo um  momento que dá vazão o externar de sentimentos e gritos da alma que muitas vezes podem estar escondidos há tempos. 


Em 'Uma Última Vez', Moyer lidera um elenco repleto de grandes atores, num drama poderoso e emocional sobre uma família distante que volta a se reunir quando a irmã mais nova, Colleen (Anna Paquin), morre de um jeito misterioso. Incumbidos de separar seus pertences em um apartamento, cujo  aluguel não era pago há muitos meses, o patriarca , Tommy (Ed Asner), os três irmãos (Melissa Leo, Cynthia Nixon, Denis O’Hare) e o ex-marido (Rhys Ifans) revisitam suas memórias enquanto também acertam , ainda que com reservas, contas com o passado. 

Denis  O’Hare ('Clube de Compras Dallas' - 2013), que também assina o roteiro, é cirúrgico nos detalhes , pois ao que parece, seu texto  tem um 'q' de autobiográfico. É comovente como a história se desenvolve, a montagem vai dando aos poucos pistas do que realmente aconteceu, assim como vai revelando o laço que cada integrante daquela família tinha com Collen, e  assim ressignificando e nos trazendo pra dentro da história. 

Parte do êxito da produção se deve ao elenco, que com superlativas atuações fazem com que o roteiro seja desenvolvido de uma maneira tão orgânica, que em momentos pensamos se tratar de vida real.  'The Parting Glass', (no original), não se vale somente do rótulo drama,  e também lança mão de humor e até do subgênero 'road movie' para se tornar original e divertido de acompanhar. Parece estranho usar o termo 'divertido' em um filme que dá conta das agruras do luto, mas a direção de Moyer permite-se aos paradoxos, e rodada com tamanha delicadeza que não raras vezes nos pegaremos rindo com lágrimas nos olhos. 

O longa está disponível nas plataformas digitais.  


Super Vale Ver !


Nenhum comentário