Dica do Papo: 'O Filho de Joseph' | 2017
Por Rogério Machado
Em 'O Filho de Joseph' , filme do cineasta Eugène Green, logo nos primeiros minutos nota-se a conexão com algumas histórias bÃblicas, como a de Abrahão que deu seu filho em sacrifÃcio e foi honrado por Deus por conta disso, e a mais clara delas , a referência à José, aquele que cuidou de Jesus, mesmo não sendo seu pai. O filme teve passagem pelo circuito em 2017 e está disponÃvel na versão on line do Festival Varilux de Cinema Francês, no Looke.
Em 'O Filho de Joseph' , filme do cineasta Eugène Green, logo nos primeiros minutos nota-se a conexão com algumas histórias bÃblicas, como a de Abrahão que deu seu filho em sacrifÃcio e foi honrado por Deus por conta disso, e a mais clara delas , a referência à José, aquele que cuidou de Jesus, mesmo não sendo seu pai. O filme teve passagem pelo circuito em 2017 e está disponÃvel na versão on line do Festival Varilux de Cinema Francês, no Looke.
No longa Victor Ezenfis é Vincent, um jovem super introspectivo que vive com a sua mãe, Marie, (Natacha Régnier). Ele nunca conviveu ou teve contato com seu pai e depois de, sem sucesso, muito insistir saber sobre essa paternidade, ele sai em busca de sua identidade. Suas investigações o levam a um cÃnico e maquiavélico editor em Paris, Oscar Pormenor (Mathieu Amalric), um homem que o levará a tomar decisões drásticas e equivocadas.
A premissa não é inédita, mas é criativa a forma como Green veste sua história, que entre outras coisas é recheada de ironia e crÃticas à industria da arte. Entre tantas referências, a Nouvelle Vague de Agnes Varda e Jean-Luc Godard é patente, seja na marcação de cena ou ainda no jeito pausado e quase recitado de encenar o texto. Essa forma, inicialmente pode incomodar aos mais afoitos,(é preciso um exercÃcio de paciência), mas aos poucos a construção vai se tornando interessante e não só percebemos as conexões com essas referências, como somos surpreendidos com a virada na trama.
'O Filho de Joseph', que não segue nenhuma receita pronta no seu curso, é uma história sobre reencontros, novas conexões e desapego do passado. É um drama inteligentemente marcado pelo cinismo mas que deixa lições grandiosas sobre expectativas frustradas, ao passo que também as revigora. O longa de Green é um exemplo potente de que cinema será sempre aquele tipo de arte que pode mudar nossas percepções e nossos conceitos até no último minuto. Recomendo com fervor.
A premissa não é inédita, mas é criativa a forma como Green veste sua história, que entre outras coisas é recheada de ironia e crÃticas à industria da arte. Entre tantas referências, a Nouvelle Vague de Agnes Varda e Jean-Luc Godard é patente, seja na marcação de cena ou ainda no jeito pausado e quase recitado de encenar o texto. Essa forma, inicialmente pode incomodar aos mais afoitos,(é preciso um exercÃcio de paciência), mas aos poucos a construção vai se tornando interessante e não só percebemos as conexões com essas referências, como somos surpreendidos com a virada na trama.
'O Filho de Joseph', que não segue nenhuma receita pronta no seu curso, é uma história sobre reencontros, novas conexões e desapego do passado. É um drama inteligentemente marcado pelo cinismo mas que deixa lições grandiosas sobre expectativas frustradas, ao passo que também as revigora. O longa de Green é um exemplo potente de que cinema será sempre aquele tipo de arte que pode mudar nossas percepções e nossos conceitos até no último minuto. Recomendo com fervor.
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