'Palm Springs' é criativo ao abordar a já batida premissa do loop temporal | 2020
NOTA 7.0
Por Eduardo Machado @historiadecinema
Os cinéfilos mais antigos devem se lembrar de “Feitiço do Tempo” (1993), filme no qual o meteorologista Phil Connors acorda sempre no mesmo dia, no caso, o dia da marmota. Quem tem o longa protagonizado por Bill Murray ainda na memória, perceberá que a premissa de “Palm Springs”, a comédia romântica do momento nos EUA, não é lá das mais originais.
O dia da marmota de Nyles (Andy Samberg) e Sarah (Cristin Milioti) é aquele em que ocorrerá o casamento de Tala (Camila Mendes) com Abe (Tyler Hoechlin). Na ocasião, nosso casal protagonista se conhece, se diverte, mas, por algum motivo, não consegue sair daquele dia, ficam presos no loop temporal.
Vivendo sempre o mesmo dia, Nyles e Sarah acabam por fazer aquilo que basicamente qualquer pessoa faria em uma situação dessas. Alguns dias estão de bom humor e geram as situações mais cômicas, em outros estão deprimidos e discutem se a vida tem um propósito. Há dias que fazem de tudo para escapar do loop, em outros estão conformados.
Concebido e filmado, quando nem sequer se imaginava a possibilidade de existência de uma pandemia que nos obrigasse a ficar em casa quarentenados por meses, é curioso pensar que, por um acaso, estamos vivendo experiência parecida com a de Nyles e Sarah. Nossos dias também parecem ser os mesmos e vivemos o mesmo ciclo de humor do casal protagonista. Satisfeitos e animados hoje, com medo e frustrados amanhã, percebemos que podemos ser pessoas diferentes em dias perfeitamente idênticos.
Tomando isso como base, é bom que “Palm Springs” ganha espaço para desenvolvimento e crescimento dos personagens, podendo até gerar discussões sobre o niilismo existencial. O roteiro pode não ter a premissa mais original do mundo, mas aqui é sobre o quão criativo ele foi para trabalhar em cima dela.
Vale Ver !
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