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'Revelação' expõe a transfobia histórica em Hollywood | 2020

NOTA 9.5

Por Eduardo Machado @históriadecinema


Muita gente, eu sei, não gosta de documentários. Vão dizer que são chatos, monótonos e etc. Bobos, no entanto, perdem a oportunidade de enxergar o que nossos olhos, muitas vezes, não conseguem ver. Conhecimento nunca é demais e aulas como a do filme “Revelação”, produzido pela Netflix, é que fazem apreciar cada vez mais bons documentários. Aqui é a arte que nos ajuda a enxergar o que somente um grupo de pessoas sente na pele.

Sem muitas firulas, “Revelação” é, tecnicamente, convencional, com a estrutura de entrevistas e depoimentos que já estamos acostumados, mas, em termos de conteúdo, absolutamente especial, pois proporciona às pessoas fora do “T" da sigla LGBTQI+ a oportunidade de aprender sobre a representação da comunidade transexual em Hollywood durante os anos.


Para os cinéfilos de plantão, são muitas as referências para prestar atenção, que vão desde o clássico  “O Silêncio dos Inocentes” (1991) até os primórdios do cinema mudo. Nesse passo, o foco aqui parece ser ressignificar certas coisas em relação a algumas dessas obras para entender como Hollywood contribuiu, historicamente, para a construção do pensamento transfóbico, incutindo na cabeça das pessoas imagens como a do transexual que se prostitui ou do homem que, para matar, se veste de mulher, tal qual Norman Bates. Poucos ficam imunes a críticas, nem mesmo Ryan Murphy, hoje conhecido por dar visibilidade à comunidade trans na série “Pose” (2018), sai ileso.

Não que o objetivo seja de derrubar obras consagradas do cinema, muito pelo contrário, ninguém vai querer tirar o valor de “Meninos Não Choram” (1999), longe disso. Mas a ideia aqui é promover o debate acerca da estrutura que faz com que o cinema reproduza estereótipos muitas vezes até de maneira involuntária. Se não ouvirmos, então, quem é diretamente afetado, como iremos mudar?

Assim, o documentário nos mostra como, a despeito de alguns avanços aqui e acolá, estamos muito longe de um bom termo com relação à representatividade trans. “Revelação” vem para tentar mudar um pouco essa história.


Super Vale Ver !


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