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'A Cor que Caiu do Espaço': adaptação da história de H.P. Lovecraft tem estilo original e visual perturbador | 2020

NOTA 8.0

Por Sérgio Ghesti @meuhype


A produção tem uma missão bastante complicada: adaptar uma obra de Howard Phillips Lovecraft, mais conhecido por H.P. Lovecraft, adorado escritor americano que revolucionou o gênero de terror, atribuindo-lhe elementos fantásticos. Suas obras já receberam diversas adaptações no cinema, 'Re-Animator' (1985) foi uma das mais conhecidas no Brasil, pois era reprisado sempre nas sessões de filmes do SBT na década de 90 e outras produções exibidas no Cine Trash da Band. Suas criações no universo do terror sempre são usadas em outras sagas, como na franquia 'A Morte do Demônio', que tem sua trama inspirada no livro dos mortos, um objeto do conto 'Necronomicon' , do escritor. 

Seu legado dessa vez ganha o reforço de uma produção bastante caprichada, ainda que realizada por vários estúdios independentes, dentre eles a SpectreVision, a mesma do filme indie 'Mandy' (2018), e sua intenção é adaptar outras obras do gênio do terror. 'Color Out Of Space' ,de Richard Stanley, é a quinta adaptação para o cinema desse conto e merece ser descoberto, principalmente agora que chega oficialmente ao Brasil pelo Telecine.


A nova versão consegue modernizar os elementos originais do conto utilizando a temática da fantasia e da ficção científica, incorporando o poder artístico que uma história de terror pode ter, com uma pegada de Filme B e lindas cenas de contemplação visual  sem deixar de explorar o bizarro do que pode ser o desconhecido. 

Na trama, os Gardners, liderados por Nathan (Nicolas Cage), são uma família que se muda para uma região remota, na zona rural, a fim de escapar da agitação da cidade grande. Eles estão ocupados se adaptando à sua nova vida quando um meteorito cai em seu quintal. O misterioso aerólito parece fundir-se com a terra, infectando tudo ao seu redor com uma estranha cor sobrenatural. Essa força alienígena está gradualmente transformando e modificando todas as formas de vida que ela toca, incluindo eles. A história original se passa no final do século XIX, e aqui se passa nos dias atuais. Essa é uma das mudanças que surgem nessa adaptação assim como o ponto de vista de um geólogo, que está na região fazendo um estudo sobre o solo, e vamos descobrindo junto com ele o que acontece naquele lugar. 

Uma adaptação sempre sofre com as escolhas na transposição de mídia, ainda mais quando nem tudo exposto em um livro consegue ganhar forma em um filme. Ainda que os fãs mais exigentes do escritor encontrem motivos para comparar as experiências, é necessário um desprendimento para se conectar a essa versão e tentar aceitar as diferenças. O diretor, quase desconhecido, Richard Stanley, tem paciência em desenvolver os personagens e transformar o início cadenciado da trama em algo intenso e único na metade final, ainda que minimize a melancolia presente no texto original e estimule a afetação de Nicolas Cage. São  problemas pequenos de uma experiência satisfatória e lúdica, com um trabalho de fotografia espetacular que esconde as falhas no roteiro e também deixa a linha trash mais suave. Uma produção cheia de requinte e com bom potencial para agradar os fãs do gênero.


Vale Ver !



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