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'Atleta A', disponível na Netflix, pode não ser inovador, mas vale pela mensagem | 2020

NOTA 8.0

Por Eduardo Machado  @históriadecinema


Maggie Nichols é uma ginasta brilhante. Defendeu a seleção americana no mundial de ginástica olímpica em 2015, inclusive ganhando medalhas, e tinha tudo para representar o “Team USA” nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016. As coisas, no entanto, não poderiam ser fáceis para a “Atleta A”, codinome necessário para designar aquela que foi uma das primeiras a denunciar os abusos sexuais cometidos pelo médico da seleção estadunidense, Larry Nassar.


Mas esse filme não é um especial sobre Maggie Nichols. O depoimento de Maggie é apenas o gancho para revelar as histórias de uma infinidade de atletas que sofreram abusos contínuos desde a infância, chocando o público ao mostrar que, por trás da apresentação perfeita de solo e da medalha de ouro no peito, teve muito sofrimento.

Não se discute que a dor e o sacrifício são inerentes ao esporte de alto rendimento. O martírio dessas meninas, entretanto, nada tem a ver com o esporte. Assim, o documentário tem o cuidado de ir além dos chocantes abusos de Larry Nassar, que tanto já estamparam os noticiários, para mostrar que eles são apenas a ponta de um “iceberg” que envolve toda a cultura do esporte.

Diante desses elementos, o fato de o documentário da Netflix adotar um formato nada inovador não chega a ser exatamente um problema, porque o importante aqui não é qualquer técnica cinematográfica, mas o peso de uma denúncia.  Os cineastas não quiseram para si o protagonismo e, apesar de seguir a trilha dos jornalistas, também não é da imprensa o papel principal. A vez agora é das mulheres que, sobreviventes, levantam a voz contra o sistema.


Vale Ver !



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