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'Adú' escancara a resiliência e sofrimento dos refugiados | 2020

NOTA 7.0

Por Karina Massud @cinemassud 


Adú é um garotinho africano de  6 anos , ele sofre uma sucessão de tragédias que começa com o assassinato de um elefante que era seu amigo, e segue em sua incrível jornada de fuga para a Europa junto da irmã, quando tudo vai desabando pelo caminho, como se o universo conspirasse contra ele.

Apesar do título ser o nome do pequeno protagonista, a trama tem três linhas narrativas. Críticas sociais são o foco das  histórias: o grave problema dos refugiados em busca de uma vida melhor e mais digna, a filha de um protetor de elefantes que luta contra o vício das drogas e a truculência policial numa zona de fronteira.


Adú passa por situações absurdas sem que ninguém olhe por ele, ele representa essas pessoas invisíveis, e por que não dizer um estorvo, para o restante da humanidade que está no conforto dos seus lares. Nem governos, nem ninguém consegue achar uma solução para esse problema mundial, a emigração não tem fim e os países não tem como acomodar tanta gente. Esteja preparado pra cenas chocantes, pois a crueza das situações mostradas causa impacto e serve como alerta e reflexão. A solidão e tristeza do menininho são cortantes, não somos poupados das adversidades nem das lágrimas, o que nos deixa ávidos por mais detalhes de sua rica história, pois ele é o melhor desse drama.

O fio condutor é a grave questão dos refugiados, pessoas que saem dos seus países devastados por guerras, exploradores, regimes totalitários ou outro motivo que torne suas vidas um inferno. No entanto, quando eles chegam a outro país, encaram uma realidade invariavelmente mais sofrida, sem moradia, sem direito a emprego ou legalidade pra começar a tão almejada vida nova.

A moça drogada filha do protetor de elefantes passa a trama toda tentando esconder sua maconha e dando amasso em boates enquanto espera seu pai, que parece ter desistido de proteger o marfim dos elefantes para dar sermão e leva-la até a fronteira. Os policiais brutos com os africanos no muro da divisa Europa/África têm apenas uma boa cena no início e nada mais relevante. Um desperdício de ótimas histórias  que juntas foram mal desenvolvidas mas individualmente talvez rendessem um ótimo filme. Elas têm alguns pontos em comum, ameaçam se cruzar fisicamente mas nenhuma se entrelaça ou tem uma conclusão satisfatória, deixando o espectador frustrado e esperando algo mais que não vem.

Vale Ver !


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