'Divaldo: O Mensageiro da Paz' foca na mensagem de amor ao próximo do médium brasileiro | 2019
NOTA 6.0
Por Eduardo Machado @históriadecinema
Divaldo Franco é um dos nomes mais famosos no mundo quando se fala no espiritismo. Não à toa, sua cinebiografia levou aos cinemas mais de 400 mil pessoas, número excelente para os padrões nacionais. E a ideia da produção, que se nota inclusive pelo seu título, parece que não era mesmo muito mais do que levar adiante a alcunha de mensageiro da paz do médium baiano. Sem explorar quaisquer nuances da vida de Divaldo que não fossem intimamente ligadas ao espiritismo, é perceptível a tentativa do diretor e roteirista Clóvis Mello de afastar situações que, eventualmente, pudessem desabonar a imagem do líder kardecista.
Claramente dividido entre a infância (João Bravo), a juventude (Ghilherme Lobo) e a fase adulta (Bruno Garcia), o filme tem um início interessante com uma abordagem leve sobre a descoberta da mediunidade de Divaldo. Também tem bons momentos no competente trabalho executado por Ghilherme Lobo e Laila Garin, a mãe de Divaldo nas três fases do filme, e na mensagem de amor ao próximo que propaga. Mas não vai muito além disso, porque o roteiro, talvez até propositadamente, não permite.
São questões, como a falta de regionalidade, que podem incomodar o espectador, principalmente aquele menos conectado ao espiritismo. No personagem de Regiane Alves, sobretudo, o espírito amigo de Divaldo verbaliza um português arcaico que parece ter sido tirado de uma peça de teatro amadora, pois decorado e num tom professoral que pouco se relaciona com a língua falante no nordeste brasileiro.
Mais à frente, há, ainda, a discutível escolha da ascensão do ator mais famoso, Bruno Garcia, para interpretar Divaldo na sua fase mais madura. Considerando o pouco tempo de tela concedido a Bruno, seria justo que Ghilherme, com alguns ajustes de maquiagem, seguisse trabalhando, até para prevalecer a unicidade na atuação, que fica, aqui, inevitavelmente, comprometida.
É Bruno Garcia, no entanto, quem estampa os cartazes e chama as pessoas ao cinema. Tendo em vista o sucesso de público, não posso falar em erro. Pelo menos Divaldo transmitiu a sua mensagem para bastante gente.
Vale Ver Mas Nem Tanto!
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