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Alvo de Polêmicas, 'Lindinhas' passa longe de apologia da pedofilia | 2020

NOTA 6.5

Por Eduardo Machado @históriadecinema 

“Lindinhas”, drama francês disponível na Netflix desde o dia 9 de setembro, poderia ser apenas mais um filme no já extenso catálogo da gigante do streaming. Foi uma importante aquisição para a empresa, tendo em vista que, exibido em Sundance em janeiro, o filme foi bastante elogiado e a diretora, Maïmouna Doucouré, saiu com o nada desimportante prêmio de melhor direção do festival. Fora da bolha de Sundance, entretanto, a vida não tem sido fácil para a produção, que tem sido acusada de hipersexualizar crianças e até mesmo de apologia do repulsivo crime de pedofilia.

Todavia, embora seja difícil em tempos de polarização política, quem assiste ao filme com o devido distanciamento, consegue notar que as críticas que merece não tem relação com qualquer crime. Na verdade, o que o filme faz é justamente o contrário de apologia da pedofilia. Os detratores de “Lindinhas”, se entendessem ou quisessem compreender o filme, estariam divulgando e apoiando a produção que tem o intuito de, justamente, fazer uma crítica, bem explícita por sinal, à erotização do corpo infantil e da perda da infância.

Criada em um contexto religioso e de pouco diálogo sobre questões importantes, as quais são típicas da idade como iniciação sexual, a protagonista Amy (Fathia Youssouf), uma jovem humilde de 11 anos, decide que não quer ter o mesmo destino da mãe e acaba atraída por um grupo de meninas na escola que, solitárias, travestem-se de adultas na busca por aceitação. “Adultizadas”, então, resolvem participar de um concurso de dança, no qual apresentam movimentos bastante ousados para a idade. Nada muito diferente de “Meninas Malvadas”, não?

Não se nega que a diretora poderia ter evitado certas cenas expositivas, mas a verdade é que o filme tem mensagem bastante interessante sobre a necessidade de diálogo, a preservação da infância e liberdade. Amy quer ser livre para ser quem quiser e ajuda para descobrir sozinha. 

Vale Ver Mas Nem Tanto !





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