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'Axé: Canto do Povo de um Lugar', documentário disponível na Netflix, resgata a história do Axé Music | 2017

NOTA 9.0

Por Eduardo Machado @históriadecinema 

“Cabelo raspadinho, estilo Ronaldinho, cabelo pintado ou neon”, cantava o Chiclete com Banana no auge do Axé Music e das micaretas nos anos 90. Axé Music que, muito mais do que um estilo musical de conceito indefinido, é um movimento cultural que sacudiu o Brasil de Norte a Sul, abrigando todos os tipos de cabelo e tons de pele, dos gringos branquelos aos rastafáris com seus cabelos orgulhosamente trançados.


O documentário “Axé: Canto do Povo de um Lugar” dirigido por Chico Kertesz, com incrível requinte de detalhes e depoimentos das pessoas mais influentes da música brasileira e baiana, conta a história do surgimento do Axé Music e suas diversas vertentes e inspirações. Podemos falar do Axé como o gênero que incorporou os elementos latinos e africanos à musica, mas o que não podemos deixar é de enaltecer o movimento que popularizou a música que não vem do Sudeste. O Axé é o canto do povo baiano com um sotaque que nunca fez questão de deixar de ter.

Da pureza da música de Luiz Caldas, quando tudo começou, o documentário mostra como, a partir de Daniela Mercury, o Axé, meio que à força, passou a ser notado pela indústria musical e, da origem na rua e do Carnaval livre, passou a ser vendido como mercadoria e perdeu parte de sua identidade, fator que, inegavelmente, contribuiu para a sua queda de popularidade.

O documentário passeia por temas importantes como racismo e miscigenação, mas o foco mesmo é a música e a constatação desse fenômeno. Quem nasceu nos anos 2000, acostumado com o domínio do funk e do sertanejo, talvez não tenha noção do cometa que passou por aqui há cerca de 30 anos. Como registro histórico e nostalgia, “Axé: Canto do Povo de um Lugar” é um prato cheio. 

Vale Ver !


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