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Dica Telecine: 'McQueen' - A trajetória do controverso e rebelde astro das passarelas como nunca vista antes | 2018

NOTA 9.0

Por Karina Massud @cinemassud 

Nascido e criado no East End londrino, Alexander “Lee” McQueen escolheu a moda como profissão e terapia, tornando-se um estilista autodidata e genial graças ao seu enorme talento e perseverança. Ele começou sua carreira como aprendiz em um tradicional ateliê de alfaiates da rua Saville Row em Londres e depois partiu com a cara e a coragem para tentar a sorte em Paris, seu talento prevaleceu e ele estourou. Sua carreira foi do sucesso instantâneo logo na primeira coleção para sua própria marca, e dali para a alta-costura da casa Givenchy  à depressão, com apenas 27 anos, que o levou ao final trágico por enforcamento. Sua trajetória foi meteórica. 


Com farto material de arquivo dividido em cinco capítulos com títulos das coleções mais marcantes, o documentário “McQueen”, disponível no Telecine,  esmiúça a vida e obra do estilista em tom emocional e reflexivo, pois sempre se busca a razão pro suicídio. O longa segue o formato tradicional do gênero: depoimentos de ex- empregadores, amigos, família e colaboradores que tentam desvendar por trás do estilista a sua mente criativa e pessoa amorosa, debochada e muitas vezes atormentada, que através de sua arte tentava exorcizar seus fantasmas. Lee foi sempre contra a corrente: gay numa cidadezinha conservadora, desleixado e gordinho num mundo de elegância e magreza, ele queria chocar e conseguia, quebrando regras e deixando sua marca.

O tom é dramático. O documentário é embalado por música clássica de Michael Nyman, compositor favorito do designer, e atinge o ápice nos desfiles que são a cereja do bolo do trabalho de qualquer estilista. Sua obra sempre flertou com a morte e elementos lúgubres como a caveira, sua logomarca, e esqueletos, porém com um espantoso bom gosto sem nunca cair na vulgaridade.   Suas roupas  são de encher os olhos nos detalhes luxuosos e corte perfeito, elas poderiam facilmente fazer  parte de uma exposição de arte. Os controversos desfiles não raramente chocavam a plateia, com performances que ficavam na linha tênue entre o bizarro e o genial, e foi justamente essa ousadia incompreendida que lhe rendeu duras críticas.

Fama, realização profissional, amor e um mundo cintilante de luxo: nada disso basta quando se tem depressão e um olhar negativo e derrotista, McQueen tinha o mundo a seus pés mas sucumbiu à doença, excesso de drogas, problemas financeiros e toda pressão gerada pela fama. A emoção fica à flor da pele e a imagem realista de Lee nos faz íntimos e solidários a ele, que viveu rápido, intensamente, e morreu jovem deixando um “belo cadáver”. Documentário imperdível pra quem ama moda e ótimas histórias de vida.


Super Vale Ver !



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