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'Breve Miragem de Sol' é uma jornada de desesperança na cidade do Rio de Janeiro | 2020

NOTA 7.0

Por Eduardo Machado @históriadecinema

Como cidadão do Rio de Janeiro, assistir a “Breve Miragem de Sol”, longa brasileiro estrelado pelo sempre competente Fabrício Boliveira que estreou na última semana no Globoplay, é assistir a uma jornada de desesperança. Sim, pois ao escolher filmar a rotina de um taxista que vaga pelas noites da Cidade Maravilhosa, o cineasta Eryk Rocha fornece ao público uma pequena amostra do que é ser um trabalhador sem perspectivas em uma grande cidade.


Paulo (Fabrício Boliveira) é um homem que, recém divorciado, conta os centavos de suas corridas como taxista para pagar a pensão de seu filho, Matheus. Paulo é um retrato de um homem cansado. Se no início do filme ele transparece revolta maior com uma situação que o desagrada, no decorrer do longa vemos um perfil muito mais resignado, consciente de sua nova realidade.

No carro de Paulo, o rádio informa notícias de uma cidade caótica, mas ele não se envolve, nem física, nem emocionalmente. Acidentes de trânsito, assaltos, tiroteios e engarrafamentos, viraram entraves quaisquer com os quais, eu, você e Paulo ficamos acostumados. Quando foi que isso aconteceu?

Eryk Rocha consegue captar bem a situação. Nem mesmo o envolvimento de Paulo com Karina (Bárbara Colen), serve de desafogo pleno. No cenário de exaustão e resignação no qual se encontram, não há esperança de um romance. Apenas permitem aliviar-se sexualmente e ter alguém com quem, minimamente, desabafar as vitórias e derrotas do dia a dia.

Não espere, portanto, de “Breve Miragem de Sol” uma resposta ou que ele te leve a um lugar diferente. É um filme de ritmo lento sobre o cotidiano em uma cidade grande. Grande demais para caber tamanha solidão.


Vale Ver !


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