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Com 'Alive' o cinema sul-coreano novamente enfrenta a ficção do Apocalipse Zumbi | 2020

NOTA 6.5

Por Rafael Yonamine @cinemacrica

Outra leitura coreana da ficção do apocalipse zumbi. A versão idealizada em '#Alive' tem como ponto de partida o íntimo da vida de um adolescente geek que mora num condomínio volumoso em edifícios e apartamentos. O cenário urbano não demora em apresentar anomalias que em poucos instantes se materializam em caos. A partir da janela de seu apartamento e das notícias na TV, Oh Joon-woo inteira-se do que acontece ao seu redor: um vírus capaz de transformar pessoas em zumbis está se espalhando.


A didática adotada é a de não investir energia em explicar os porquês do contágio. Opção válida já que, de fato, nem todos os pormenores precisam ser pedantemente esmiuçados. A contrapartida da diminuição do detalhismo científico, contudo, deveria encontrar respaldo num retrato preciso da aflição humana. Nesse ponto, '#Alive' flerta com algumas possibilidades, mas não se apropria com vigor de nenhuma delas.

A contextualização relâmpago, em que uma série de eventos de toda a natureza se afunilam no quadrilátero à frente do apartamento do protagonista, logo abre espaço para o objeto principal: como sobreviver nesse ambiente. Pode-se dizer que o roteiro percorre hierarquias de uma pirâmide de necessidades, inicia-se por questões básicas como manter a ameaça zumbi isolada, passando pela busca de recursos e culminando na temática das relações humanas. Talvez a camada retratada com maior êxito sejam as primeiras, nesse momento é possível esboçar empatia pelas privações decorrentes do confinamento. A partir daí, entretanto, alternativas como a tentativa de nutrir a relação com a vizinha da janela à frente se perdem em falta de criatividade ou uso desmedido de doses de coragem. Outra abordagem com potencial, mas igualmente mal explorada, é o debate sobre quais vidas valem a pena.

O fato é que a obra entrega um corpo médio é não consegue se diferenciar nas apostas que propõe. O que pode ser considerado ainda mais grave, tratando-se do gênero no qual está inserido, é a ausência da aflição em níveis elevados e perenes.


Vale Ver Mas Nem Tanto!




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