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'Crimes de Família' transborda o suspense para debater a maternidade em diferentes condições sociais | 2020

NOTA 7.0

Por Eduardo Machado @históriadecinema

Representatividade, feminismo e empoderamento, são palavras que estão na boca do povo e o público anseia por assistir a filmes em que esses termos são colocados em prática. Nota-se, desse modo, nas produções em geral, uma preocupação em adequá-las àquilo que é a ordem em 2020. Neste sentido, “Crimes de Família” não é apenas um longa de tribunal, mas um filme que tenta adaptar a tradicional narrativa de suspense ao clamor por personagens femininas fortes.


Não é à toa que Cecília Roth foi a escolhida para interpretar a protagonista Alicia. A atriz, tão conhecida pela longa parceria com Pedro Almodóvar, tem enorme presença de cena e versatilidade para encarar a construção e desconstrução de sua personagem, cheia de nuances. Uma mulher dividida entre dois crimes, os quais, a princípio, tem como ponto em comum tão somente a relação afetiva e familiar com ela.

Assim, é Cecilia Roth quem carrega a dramaticidade do longa argentino. É a veterana que trabalha com maestria as características da mãe superprotetora, desolada com as acusações que pairam sobre o seu filho, vivendo sob uma redoma de aparências. O grande mistério do filme, então, não está somente na solução dos crimes apresentados, mas em entendermos o que há por trás de Alicia. Quem é, de fato, essa mulher? A dondoca racista ou a mãe dedicada?

Percebe-se, desse modo, que “Crimes de Família” vai de um suspense comum a um drama perspicaz sobre mulheres e o exercício da maternidade em condições sociais diferentes. Embora se perca em explicar questões que se mostram óbvias ao espectador atento, por contar com menos de 100 minutos de duração e enredo simples, o filme é eficaz em prender a atenção do público até a sua conclusão e prova que não é preciso de reviravoltas mirabolantes para isso.  

Vale Ver !





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