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'O Rei de Staten Island' é um estudo sobre a geração dos Millennials | 2020

NOTA 8.0

Por Karina Massud @cinemassud

Millennials são aquelas pessoas nascidas entre a década de 80 e final da de 90 , jovens que presenciaram o nascimento da internet  e entraram na vida adulta no começo do século 21. A geração Y nasceu nesse mundo digital e foi criada numa civilização hiper conectada e globalizada onde tudo se resolve através de um clique. Mas em contrapartida, nessa vida moderna e futurista há o outro lado: eles costumam demorar para fazer tudo o que se refere à “vida adulta’ como casar, ter um bom emprego e sair da casa dos pais. Eles acham que serão sempre jovens, não tomam um rumo na vida e acham que podem tudo, culpando o mundo e principalmente a seus pais pelos seus erros. Para alguns eles parecem ser insuportáveis, e talvez sejam mesmo!


Scott é um desses millennials, tem idade pra estar se formando na faculdade mas passa o dia fumando maconha e jogando basquete com os amigos desocupados, seu único sonho é ser tatuador mas parece que ele não tem lá muito talento. Choca ver um homem feito agindo como moleque rebelde. Algumas dores podem ser para o resto da vida, porém cabe a quem sofre atenuá-las pra que não sejam um empecilho para seguir em frente, o caminho é para lá e não para o passado. Scott (Pete Davidson) não sabe disso e usa como muleta o trauma de ter perdido o pai bombeiro ainda criança, fácil, não?

A princípio o espectador tende a pegar birra do personagem, pois ele leva todos ao limite de suas paciências, a ponto de sua mãe expulsá-lo  de casa para forçá-lo a ir buscar um objetivo na vida, e a gente comemora! Mas logo na segunda metade a empatia por ele começa a surgir, entendemos sua dor e o esforço que faz pra ser uma pessoa melhor, como levar os filhos do padrasto na escola e ajudar na sede do corpo de bombeiros.

O roteiro soa crível pois é semi-autobiográfico e muito bem desenvolvido pelo comediante do programa “Saturday Night Live”, que revive sua própria história na pele do protagonista. O filme segue em uma cadência sem pressa, com pouco mais de 2 h 10 min que não cansam, pois certamente é preciso tempo pra que um desajustado amadureça e caia na real; as mudanças são lentas mas pontuais. O diretor Judd Apatow, assim como em “O Virgem de Quarenta Anos” (2005) e “Ligeiramente Grávidos” (2007), toca na ferida desses pseudo-adolescentes que insistem em não crescer, e muitos que assistem devem se ver espelhados.

“The King of Staten Island” (no original) questiona se a Geração Y é como é por ter sido criada de forma errada pelos pais ou se são apenas frutos dessa nova sociedade: um tema espinhoso tratado com humor, leveza e inteligência.

Vale Ver !



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