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No retorno triunfal da lenda Sophia Loren, 'Rosa e Momo' traz a amizade entre um refugiado e uma sobrevivente do Holocausto | 2020

NOTA 9.0

Por Karina Massud @cinemassud 

Sophia Loren é um dos poucos ícones vivos da velha Hollywood, uma diva autêntica pois sua carreira não foi pautada somente na beleza estonteante e no glamour mas também no talento indiscutível que lhe trouxe  sucesso mundial. Ela foi a primeira atriz a levar o Oscar de Melhor Atriz por um papel em filme totalmente feito em língua estrangeira pelo longa “Duas Mulheres(1962), que também a premiou no Festival de Cannes e no New York Film Critics Awards. Ela também recebeu um Oscar Honorário em 1991, uma atriz  que foi além das fronteiras do cinema europeu. Afastada das telonas há quase 11 anos, a atriz italiana de 86 anos está de volta em “Rosa e Momo”, drama da Netflix dirigido por seu filho Edoardo Ponti e adaptado do livro de 1975 de Romain Gary “A Vida Pela Frente”.

Sophia Loren é Madame Rosa, uma judia sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz e ex-prostituta que ganha a vida cuidando de filhos de outras prostitutas, sua casa é um mini-orfanato com três crianças que lá vivem com horários e estudos. Um dia ela é assaltada por Mohamed, o Momo, um garotinho senegalês órfão que vive de pequenos delitos. A pedido, e mediante pagamento do médico que tem sua guarda, o menino vai morar na creche de Rosa  e daí começa uma amizade improvável, difícil a princípio, mas  que vai se estreitando com paciência, amor e afeto, pois era o que faltava na vida de Momo para que ele visse alegria na vida. Eles criam laços baseados em seus passados sofridos e memórias que trazem cumplicidade e cura emocional para ambos.

Loren é sempre uma presença poderosa e entrega uma atuação soberba, sem medo de expor os sinais e limitações da idade , seu sofrimento é pungente e o carisma é de quem sempre rouba a cena. Atentem pras sequências memoráveis de Madame Rosa dançando com a trans vivida por Abril Zamora e do isolamento no porão com suas memórias do Holocausto em um clima que torna a personagem misteriosa do princípio ao fim. O jovem ator Ibrahima Gueye também está impressionante no papel do órfão que com solidariedade descobre que a vida pode ser mais leve.

Edoardo Ponti constrói com louvor um drama pesado que transborda de sentimentalismo mas que não chega a ser um dramalhão piegas, pois as situações apresentadas na narrativa são de tirar lágrimas até do coração mais gelado: crianças desamparadas, frustrações incuráveis e preconceito contra pessoas à margem da sociedade. “Rosa e Momo” é   um filme delicado sobre amor e tolerância que aquece o coração e celebra a atriz grandiosa que é Sophia Loren.


Super Vale Ver !




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