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Suzana Pires tenta resgatar a essência de sua mulher interior em 'De Perto Ela Não é Normal' | 2020

NOTA 5.0

Por Rogério Machado 

Baseado na peça homônima  de Suzana Pires, e estrelado pela própria, 'De Perto Ela Não é Normal' estreou direto no streaming Telecine em função da pandemia. A comédia é o primeiro filme brasileiro a adotar a cláusula de inclusão. Uma das decisões de Suzana Pires foi colocar atores negros como os personagens mais ricos do filme, entre outros direcionamentos. Existem pelo menos dois personagens que comprovam as escolhas adotadas pela produção do longa. 

Na trama, depois de muito pressionada por tudo e todos, Suzie (Suzana Pires), hoje uma mulher de 40 anos, se afastou completamente da menina sensível e criativa que foi na infância. Agora, anos depois e coberta por diversos arquétipos da mulher perfeita, ela vai iniciar uma longa busca por si mesma. E isso ficará mais forte quando ela reencontrar sua tia Suely (também interpretada por Suzana Pires), uma mulher libertária que fará Suzie revisitar o seu passado.

A comédia, para pesar a mão no humor, apela para o reforço dos estereótipos, e é aí que está o 'calcanhar de Aquiles' da produção. Alguns personagens extrapolam o caricato e ao invés de provocar risos e gargalhadas, causam desconforto; é como se esperássemos por uma boa tirada ou um texto realmente engraçado que nunca vem. As aparições de Angélica e Ivete Sangalo endossam essa impressão, com interpretações exageradas, talvez sejam essas as participações mais dispensáveis dentro do projeto. 

A premissa prega a independência da mulher , a liberdade para ser quem se é  e resgatar a essência um dia abandonada. No caso de Suzie, ela precisava se reconectar com suas lembranças de infância, da criança que um dia ela foi e que havia deixado para trás por conta de traumas, e principalmente pelo autoritarismo de uma mãe repressora.  Infelizmente essa mensagem se perde pois é apresentada ao público muito tarde. 

'De Perto Ela Não é Normal' infelizmente perde as rédeas do humor e nem consegue passar a mensagem a que se propõe. Pra não dizer que tudo está perdido, talvez valha a espiada na personagem de Samantha Schmütz, - que dá vida a uma caricata digital influencer de vida saudável -, essa sim promove as poucas sequências naturalmente cômicas. 


Nem Vale Ver !



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