'Unidas pela Esperança' apresenta a história real de um grupo de mulheres que vivem para inspirar | 2020
NOTA 7.5
Por Rogério Machado
Não é de hoje que a dramaturgia nos introduz histórias de vidas perdidas que tem na música a chance de se restabelecer... e corais são os exemplos mais usados em narrativas por abraçar a superação de um grupo inteiro: seja pra colocar alunos desajustados no eixo como vimos em 'Glee', aquela série que popularizou os famosos mash-ups, ou ainda para dar guarida à uma fugitiva da polícia como no clássico à la Sessão da Tarde 'Mudança de Hábito'. O fato é que com ou sem clichê não há como negar que música e cinema foram feitos um pro outro, e corais corroboram essa fala por motivar os interesses do coletivo, que está buscando algo pelo menos próximo da perfeição enquanto colocam a vida no rumo certo.
A mais nova empreitada desse tipo atende pelo nome de 'Military Wives', (ou batizado por aqui de 'Unidas pela Esperança' ), que narra a história real de um grupo de mulheres e esposas de militares que, cada uma a seu modo e propósito, decide dar espaço à um talento escondido para exorcizar inseguranças e solidão. Peter Cattaneo (do ótimo 'Ou Tudo Ou Nada' -1998) é o cineasta encarregado de apresentar essa história sem pesar a mão nos clichês do gênero, e , embora não saia ileso desse pecado, nos oferece uma produção correta e com bons motivos para a sessão.
Na trama conheceremos Kate, (Kristin Scott Thomas) e Lisa (Sharon Horgan). As duas, junto com um grupo de mulheres de diferentes origens, pertencem a um grupo cujos parceiros estão servindo no Afeganistão. Diante das ausências de seus maridos, namorados e familiares, elas se reúnem para formar o primeiro coral de esposas de militares, ajudando umas às outras neste que é um dos momentos mais difíceis de suas vidas. O projeto dá tão certo, que as levam rapidamente ao estrelato internacional com direito a um show no Royal Albert Hall, em Londres. Mas as diferenças em suas personalidades podem colocar tudo a perder.
Apesar dos vícios do gênero, o projeto alcança algum êxito pela união de forças das veteranas protagonistas que sustentam a produção com a experiência já conhecida. Scott Thomas vive uma mulher presa em um luto, com hábitos depressivos e com tendência à repressão; já Sharon Horgan é exatamente o aposto , ostenta doçura e insegurança , e esse contra-ponto é bem empregado ao longo da história, que é preenchida com canções que elevam qualquer trilha sonora firmada no pop; Cindy Lauper e Tears for Fears são nomes que aparecem durante os ensaios do coral por exemplo.
'Unidas pela Esperança' chega aos cinemas prometendo ao menos sorrisos leves e reafirmando que histórias reais não precisam ser impregnadas de sofrimento para serem histórias que valem a pena serem contadas.
Vale Ver !
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