'A Incrível História da Ilha das Rosas' e a excentricidade de ter um país pra chamar de seu | 2020
NOTA 8.0
Por Karina Massud @cinemassud
Uma das características mais bacanas do cinema, que nos faz cinéfilos apaixonados, é a gama de histórias que ele nos proporciona: fatos históricos, trajetórias de vidas incríveis, roteiros malucos e divertidos e principalmente histórias verídicas tão inacreditáveis que beiram o surreal. Uma dessas histórias bizarras é a contada na produção italiana da Netflix “A Incrível História da Ilha das Rosas”, que se alguém te contasse você imediatamente tomaria como uma piada. Mas não é.
Em 1967 o engenheiro italiano Giorgio Rosa projetou e construiu com recursos próprios uma plataforma, uma ilhota no meio do oceano e se declarou presidente dessa micro-nação independente batizada de “Ilha das Rosas”. Apesar da ilha estar em águas fora do controle das autoridades , praticamente uma terra de ninguém, o governo italiano entrou em conflito e anunciou o país com inimigo, alegando que não seguia as leis fiscais da Itália, que lá se consumia drogas e que a plataforma ameaçava a segurança nacional porque encobria submarinos soviéticos, uma ideia ainda mais doida que a própria ilha.
A narrativa é acelerada e de total maluquice na qual embarcamos sem freios com Giorgio; a gente torce muito pelo seu sucesso na empreitada e também pra recebermos um convite pra baladinha na ilha, com boa música, gente bonita e ótimos drinks. Se for pra tirarmos alguma reflexão a despeito da produção, essa seria sobre os limites do poder do Estado e até que ponto ele pode exercer controle sobre a vida particular dos cidadãos. Essa discussão infelizmente é apenas pincelada - mas mesmo se tratando de uma comédia, não faria mal algum provocar o espectador nesse ponto, visto que a história aconteceu e causa curiosidade e espanto até hoje.
A história da Ilha das Rosas tem suas falhas de desenvolvimento, como a edição que peca em algumas sequências, no entanto ela é contada de uma maneira que envolve e diverte, ficando gravada na memória como uma ótima produção, daquelas que se indica como um achado no catálogo da Netflix.
Que todo mundo sonha com a casa própria e com aquele cantinho aconchegante é inegável. Mas sonhar em ter sua própria ilha é algo incomum e geralmente restrito a milionários com grana suficiente pra comprar uma propriedade dessa em algum paraíso. Já dizia o ditado: “sonhar não paga nada” ...e muitas vezes os sonhos se tornam realidade, basta acreditar e lutar por eles.
Vale Ver!
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