Adsense Cabeçalho

Dica do Papo: 'A Rede Social' | 2010

Por Eduardo Machado @históriadecinema

David Fincher está em voga no momento por “Mank” filme lançado no final de 2020 sobre os bastidores de “Cidadão Kane” (1941), um acontecimento fantástico para o cinema. O embrião disso tudo talvez tenha sido “A Rede Social”, de 2010, quando Fincher, com a meticulosidade e detalhismo que o caracteriza, narra os bastidores da criação do Facebook, que surgiu para mudar definitivamente a forma como interagimos um com o outro.

O drama de ritmo acelerado é quase um “Clube da Luta” às avessas. Se em “Clube da Luta” o jovem solitário adere a um clube cuja regra número 1 é não falar sobre ele, o “clube” criado por Mark Zuckerberg parte do princípio contrário, ou seja, quanto mais falarem dele, melhor.

Um dos grandes acertos de Fincher está na escolha do ator e na composição do personagem de Jesse Eisenberg, sublime como Mark Zuckerberg, uma figura exótica com uma incrível incapacidade de se relacionar com outras pessoas. É ironia demais pensar que o grande pioneiro das redes sociais era um jovem absolutamente inepto para criar conexões interpessoais. Salvo quando Sean Parker (Justin Timberlake) fala, Mark está sempre distraído, voltado para si mesmo. E aqui eis o grande mistério: o que Mark pretendia com o Facebook? Dinheiro, ascensão social, sexo, drogas? A questão é que ele não parece ansiar por nenhuma dessas coisas. Ele é o alpinista que entra em depressão ao chegar no topo da montanha, alguém que não demonstra qualquer sentimento de alegria ou satisfação.

Nesse sentido, o filme é brilhante, quando capta a aura vazia de Mark. Um vazio que, mais de uma década depois, parece ter contaminado bilhões de pessoas que se alimentam de “likes” em detrimento do afeto verdadeiro. As redes sociais de Mark Zuckerberg somam, hoje, mais de 3 bilhões de usuários, mas, quando surgiu, a pergunta que, naturalmente, alguns se faziam era: quem é que vai querer um bilhão de “amigos” de mentira? Essa pergunta ninguém mais se faz. O sucesso do Facebook fala por si só.





Nenhum comentário